Consumo excessivo de gordura trans aumenta risco de Alzheimer, diz estudo
Resumo da notícia
- Indivíduos que consomem altos níveis de gordura trans podem ter de 50 a 75% mais chance de desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência
- O que explicaria, entretanto, a associação entre esse tipo de gordura e as doenças que causam problemas cognitivos é uma incógnita.
- Essa gordura está presente principalmente em produtos industrializados (sorvetes, margarina, batata frita, salgadinhos, bolos, biscoitos)
Indivíduos que consomem altos níveis de gordura trans podem ter de 50 a 75% mais chance de desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência, de acordo com um estudo publicado no periódico Neurology no dia 23.
O que explicaria, entretanto, a associação entre esse tipo de gordura e as doenças que causam problemas cognitivos é uma incógnita.
Segundo os autores, a descoberta sugere que políticas de saúde pública para reduzir esse tipo de gordura em alimentos produzidos industrialmente podem ajudar na prevenção primária das doenças.
Como o estudo foi feito
- No total, 1.628 japoneses com 60 anos ou mais e sem demência foram observados de 2002 a 2012.
- Os participantes foram submetidos a exames que mediam os níveis de ácido elaídico (um tipo de gordura trans) e fizeram testes para diagnosticar demência por todas as causas, Alzheimer e demência vascular.
- Durante o acompanhamento, 377 participantes desenvolveram algum tipo de demência (247 com Alzheimer e 102 com demência vascular).
- Os resultados mostraram que altos níveis de ácido elaídico foram associados significativamente a maior risco de desenvolver demência por todas as causas e Alzheimer, mesmo após o ajuste para fatores de risco tradicionais.
- Essas associações permaneceram significativas após o ajuste dos fatores alimentares, incluindo ingestão total de energia e ingestão de ácidos graxos saturados e poli-insaturados.
- Não foram encontradas associações significativas entre os níveis séricos de ácido elaídico e demência vascular.
O que são as gorduras trans
Presentes principalmente em produtos industrializados (sorvetes, margarina, cremes vegetais, batatas fritas, salgadinhos, bolos, biscoitos e gorduras hidrogenadas), as gorduras trans são um tipo que se forma por um processo natural ou industrial que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida. Usadas para melhorar a consistência dos alimentos e para aumentar o prazo de validade de alguns produtos industriais, as gorduras trans podem causar o aumento do colesterol total e do colesterol ruim (LDL).
Em um informe divulgado em maio deste ano, em Genebra, na Suíça, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que ao menos 5 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com os riscos de desenvolver doenças associadas ao uso das gorduras trans industrial. Segundo a entidade, o ingrediente industrial causa cerca de 500 mil mortes a cada ano.
"O impulso para a eliminação global da gordura trans produzida industrialmente está crescendo, com quase um terço da população mundial já protegida, em 28 países", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Mas mais de dois terços da população mundial ainda carece de proteção contra a gordura trans industrial em seus alimentos."
De acordo com a organização, o Brasil adota medidas para incentivar os consumidores a fazer escolhas mais saudáveis em relação aos alimentos e bebidas industrializadas.
A OMS disponibiliza uma série de medidas para orientar os governos, a indústria e a sociedade a substituir as gorduras trans por componentes mais saudáveis. Entre as propostas estão a reformulação, pela indústria alimentícia, das receitas de produção.
No site do Ministério da Saúde também é possível acessar uma cartilha, o Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado em 2014, com dicas e recomendações para uma alimentação saudável, saborosa e balanceada.
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