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Jovem tem parada cardíaca e morre após beber energético; entenda os riscos

De acordo com familiares, Isabela sofria de arritmia - Reprodução/Redes Sociais/ RPC Paraná
De acordo com familiares, Isabela sofria de arritmia Imagem: Reprodução/Redes Sociais/ RPC Paraná

Giulia Granchi

Do VivaBem

04/11/2019 16h41

A jovem Isabella Bueno, 19, morreu no último domingo (3), em Londrina, após ter sofrido uma parada cardiorrespiratória —a perda súbita de função cardíaca, respiração e consciência— na sexta-feira (1º). Apesar de o laudo médico ainda não ter concluído a causa da morte da estudante, a família suspeita que a fatalidade tenha relação com as bebidas que Isabella ingeriu na noite em que passou mal: energético e cerveja.

Segundo informações da emissora RPC Londrina, os familiares informaram que ela sofria de arritmia e acreditam que o energético tenha potencializado o problema. Uma investigação está em curso para determinar se a jovem consumiu alguma outra substância ou se possuía outros problemas de saúde.

Cafeína do energético pode ser perigosa

De acordo com Rodrigo Noronha Campos, cardiologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a suspeita da família faz sentido. O energético é uma bebida com alta quantidade de cafeína e outros estimulantes, como a taurina. Enquanto a quantidade de cafeína considerada aceitável para uma pessoa sem problemas de saúde é em torno de 400 mg ao dia (um pouco menos que duas latinhas da bebida), para alguém com condições cardiovasculares, como no caso de Isabella, o valor pode ser excessivo e o consumo é desencorajado por especialistas.

"Apesar de não ser possível saber qual tipo de arritmia ela tinha, em alguns casos, a substância em excesso pode estimular coração e o sistema nervoso aumentando frequência cardíaca e pressão arterial. Mesmo aqueles que possuem uma arritmia discreta, se o quadro depender de estímulos simpáticos, a cafeína pode desencadear a resposta do coração e levar à parada cardíaca", aponta.

Mistura também influencia

A mistura costuma aumentar de consumo —é mais comum ver pessoas bebendo energético com vodca do que as bebidas separadamente, assim como acontece com outros drinques— o que pode potencializar o efeito do álcool e o da cafeína.

"Mas o mais importante é que quando você tem um estímulo de cafeína associado com outras bebidas, você perde um pouco o controle hormônio diurético, há alteração dos níveis de água no corpo, ocorre a perda de eletrólitos e diminuição da quantidade de magnésio e potássio. Um conjunto que aumenta ainda mais a suscetibilidade a problemas para quem tem arritmia", indica Campos.

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