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6 dicas para aproveitar o rodízio japonês de maneira mais saudável

Chloé Pinheiro

Colaboração para o VivaBem

13/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • A comida japonesa em rodízios tem ingredientes interessantes para a saúde, mas pode oferecer algumas armadilhas, como o excesso de arroz e frituras
  • Por outro lado, pode ser uma ótima oportunidade de consumir peixes e vegetais
  • Como o shoyu carrega muito sódio, prefira outros temperos, como o gengibre, limão e wasabi

Muita gente pensa que a comida japonesa é mais saudável, mas os rodízios e festivais merecem atenção, tanto pelo exagero na quantidade de comida, quanto por alguns quitutes específicos.

"Uma grande questão dos rodízios é que a pessoa eleva se força a chegar com uma fome tão extrema e eleva seu limite de consumo, independente de qual culinária for", aponta Clarissa Fujiwara, nutricionista da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

A primeira dica, então, é justamente tomar cuidado com as quantidades. Claro que você pode comer um pouco além da conta de vez em quando e não necessariamente isso fará mal a longo prazo. "Mas isso pode representar um aspecto comportamental relacionado à impulsividade e até impedir a pessoa de aproveitar realmente a ocasião", destaca a nutricionista.

Fora que doses enormes de comida frequentemente geram dores de cabeça, azia e outros desconfortos gástricos. Veja algumas dicas para comer de maneira equilibrada no rodízio e aproveitar o melhor do japonês:

1. Maneire na quantidade de arroz

Como várias preparações levam arroz, acabamos consumindo muito mais do que o normal. Daí, o corpo recebe muitos carboidratos de uma vez, o que a longo prazo pode levar ao sobrepeso. A nutricionista Edvânia Soares, da Estima Nutrição, sugere montar a refeição no rodízio mais ou menos como no prato padrão do almoço ou janta cotidianos.

"Se formos pensar nos enrolados com arroz, como hossomakis, uramakis e sushis, seriam cinco peças ocupando um quarto do prato, o outro quarto de sashimis e a metade de preparações à base de legumes", ensina.

2. Cuidado com o excesso de gorduras saturadas

Hot roll, tempurá, guioza, rolinho primavera... Todos deliciosos, mas ricos em gorduras saturadas, cujo excesso eleva o risco de colesterol ruim alto, além de ter um aporte calórico maior. Lembrando que esse tipo de gordura faz parte de uma dieta equilibrada, mas deve ser consumida com moderação.

Para se ter ideia, seis unidades de hot roll podem chegar a 400 calorias e oferecer 30 gramas de gordura (entre as saturadas e insaturadas). E mesmo o salmão grelhado com legumes costuma ser feito com óleo.

Que tal escolher um desses itens ou comer só um pouco dos seus favoritos? Outras fontes de gordura saturadas incorporadas pelos brasileiros ao prato japonês são maionese e cream cheese, este último onipresente no temaki e vários enrolados. Se você está gerenciando o peso, o ideal é pedir as versões sem esses itens. No caso das entradinhas, existem opções como o guioza à vapor, igualmente saboroso.

3. Menos shoyu, mais temperos

O shoyu merece atenção pois é rico em sódio, mineral cujo excesso pode levar à hipertensão arterial. A versão light tem geralmente metade do sódio da tradicional, mas ainda é bastante coisa, por volta de 500 mg por colher de sopa - a recomendação é não ultrapassar os 2000 mg ao dia.

Ou seja, independentemente do tipo, nada de mergulhar o sushi no molho de soja. Siga o exemplo dos japoneses, que só tocam uma parte do peixe de leve no potinho. A culinária oriental estimula o paladar para além do salgado, com toques agridoces e o umami, conhecido como o quinto sabor. Descubra-os!

Uma boa tática para diminuir o shoyu é explorar os outros temperos, como o gengibre —que ainda traz substâncias benéficas à saúde — e o wasabi, a raiz forte. O limão também dá um toque especial aos peixes.

4. De olho no açúcar escondido e no escancarado

Ele é usado em muitas receitas, do sunomono (aquela salada de pepino) ao molho tarê. Da sobremesa não precisamos nem falar, né? Frequentemente ela é acompanhada de uma fritura, além do doce, como a banana caramelizada. Vale lembrar que o arroz já é uma fonte de carboidratos e o açúcar aumenta a carga glicêmica da refeição.

Tudo bem comer de vez em quando, mas pessoas que precisam controlar a glicemia devem ficar atentas a esse ponto. Para a população em geral, a carga elevada de açúcar, sódio e gordura pode cair como uma bomba no estômago e levar ao sobrepeso, se o exagero for constante.

5. Invista no peixe e nos legumes

O restaurante japonês é uma ótima oportunidade para comer alimentos que geralmente não estão no nosso cardápio. O principal aqui é o peixe. O salmão e o atum contêm ômega 3, tipo de gordura que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e tem ação anti-inflamatória.
Além da dupla mais famosa, os peixes no geral carregam proteínas e minerais importantes para a saúde. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda o consumo de duas porções de peixe por semana. Uma porção tem cerca de 100 g, ou algo como nove sashimis, estima Clarissa.

Pepino, berinjela, broto de feijão e verduras não devem ficar de fora do prato, pois acrescentam fibras e outros nutrientes à refeição. Pode ser, aliás, uma boa hora para experimentar vegetais novos e estimular o paladar.

6. Escolha bem o restaurante

Fora o cuidado com a escolha do menu, vale prestar atenção na higiene do lugar para prevenir infecções alimentares, pois o peixe cru é um alimento delicado e sujeito a contaminações. O peixe deve estar sempre gelado, então desconfie de postas exibidas em estufas ou sashimis descansando em balcões e servidos na temperatura ambiente.

"Sentir cheiro forte no local também é um mal sinal, pois indica que o peixe fresco pode estar ali a mais de 24 horas, que é o prazo de validade dele", ensina Edvânia. Veja 11 cuidados importantes na hora de comprar e consumir peixe.

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