Homem tira tumor do tamanho de uma bola de futebol do pescoço
Resumo da notícia
- Milton Wingert, 81 anos, foi diagnosticado com um câncer de tecidos moles chamado sarcoma pleomórfico
- O tumor, que começou do tamanho de um tomatinho, atingiu 3 kg e 23 centímetros, entre maio e novembro
- Após a cirurgia, o homem passará, provavelmente, por radioterapia e quimioterapia, para evitar metástase
Um homem de 81 anos removeu um tumor do tamanho de uma bola de futebol no pescoço. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (14).
A massa cancerosa pesava cerca de três quilos e media 23 centímetros, de acordo com Nazir Khan, cirurgião que operou o paciente, em entrevista à CNN. Após sete horas de cirurgia, o tumor foi removido.
Segundo Khan, o homem, chamado Milton Wingert, foi diagnosticado com sarcoma pleomórfico em maio. Naquela época, entretanto, o tumor tinha o tamanho de um tomate-cereja e não apresentava incômodo. Mas uma das características desse tipo de câncer é seu rápido crescimento, e no mês seguinte ele já havia atingido a forma de uma maçã. Wingert, então, decidiu operar.
O problema é que a cirurgia de fato só ocorreu no dia 5 de novembro. Os dois primeiros cirurgiões que o paciente procurou não quiseram realizar o procedimento, por causa dos riscos. O tumor havia crescido em torno da artéria carótida do homem, que fornece sangue ao cérebro, pescoço e rosto. A cirurgia seria de risco justamente porque poderia romper esse vaso.
"Eu ficava vendo médicos diferentes e indo a hospitais diferentes, e continuava crescendo e crescendo e ficando cada vez maior", disse Wingert ao New York Post. Segundo ele, a preocupação aumentava a cada vez que pensava quando iria fazer essa operação. Finalmente, quando ele encontrou Khan, no início deste mês, a cirurgia foi marcada.
Sarcoma pleomórfico
O tipo de câncer que provocou a massa gigante no pescoço de Wingert é chamado de sarcoma pleomórfico. "O sarcoma é um câncer raro. Só 1% dos tumores dos adultos é desse tipo. Entretanto, entre os sarcomas das partes moles, o pleomórfico é o mais comum", diz André Molina, cirurgião oncológico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Segundo o médico, a diferença entre o sarcoma e os outros tipos de cânceres são as células que dão origem ao tumor. "O sarcoma tem origem nas células dos tecidos, como como músculos, gordura, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos, nervos periféricos".
O pleomórfico é de alto grau, ou seja, tem maior chance de metástase (quando o câncer se espalha para além do local onde começou) e tem um crescimento rápido. Mas para chegar a um estágio como o de Wingert é difícil. "É um caso de negligência. Em qualquer tumor, a chance de cura é relacionada ao estágio de diagnóstico. Quanto mais demora, maior ele fica, mais invasivo, mais grave e maior chance de metástase. A chance inclusive desse homem ter uma metástase é muito alta", diz Molina.
O médico afirma que mesmo após a cirurgia é comum a indicação de radioterapia, para controlar o local onde o tumor foi retirado, e quimioterapia, para diminuir as chances de metástase.
É o que irá acontecer com Wingert. Agora, ele está se recuperando em casa, mas deve se submeter a um novo tratamento nos próximos meses, segundo Khan. "Eu sei que ele vai precisar de mais terapia e, portanto, estou receoso, porque sei que ele ainda tem um caminho a percorrer", disse, à CNN. "Mas, você sabe, eu estou feliz por ele, porque eu sei que ele estava com muito medo antes da cirurgia e ele se saiu bem."
Ao New York Post, o próprio Wingert parece otimista: "Vou comemorar meu aniversário de 82 anos no final deste mês. É um milagre."
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