Insegurança leva à ansiedade ou hostilidade: 10 dicas para autoconfiança
Resumo da notícia
- A insegurança é um sentimento negativo, que muitas vezes se associa com a ansiedade ou então com a hostilidade
- Pode ser definida como a sensação que algo ruim vai acontecer, que iremos perder algo ou alguém ou que não somos capazes realizar uma tarefa
- Melhorar a insegurança faz processo de autorreflexão, que exige tempo e paciência para entender qual a opinião subjetiva sobre si mesmo
- Reconhecer que é prejudicial, trabalhar a autoestima e a autoconfiança são alguns dos passos para lidar melhor com a insegurança
Medo. Ciúmes. Desconfiança. Ideias persecutórias. Atitudes para tentar manter o controle. E agressividade quando sente que não consegue. Esses são apenas alguns dos sintomas que envolvem um sentimento de conotação negativa, que chega até ser paralisante: a insegurança.
Pode ser definida como a sensação que algo ruim ou mal vai acontecer, que iremos perder algo ou alguém que queremos muito, ou que não somos suficientemente capazes de manter uma relação ou realizar uma tarefa. Muitas vezes se associa com a ansiedade ou então com a hostilidade, numa postura defensiva de não-aceitação de críticas.
Quando exacerbada, a insegurança é capaz de atrapalhar bastante as relações sociais, tanto no campo afetivo como profissional, pois se manifesta numa dependência emocional do outro, a partir de sentimentos de menos valia, baixa autoconfiança e autoestima. O temor de se expor, se arriscar e ter suas ideias rejeitadas faz com que a pessoa se retraia numa atitude de autopreservação, ou então que reaja de forma rude e impaciente.
Mas é possível modificar esse comportamento de inferioridade? Por onde começar para ser mais seguro e confiante?
Minha grama pode ser tão verde quanto a do vizinho
Assim como outras resoluções na vida, o primeiro passo para conseguir alterar um padrão é reconhecer que ele existe, configura um problema e gera prejuízos no dia a dia. Vai muito além da consciência de ser uma pessoa insegura, faz parte de um processo de autorreflexão, que exige tempo e paciência para entender qual a opinião subjetiva sobre si mesmo.
O ideal é que isso seja feito mediante acompanhamento psicoterápico, onde um profissional oferece meios de entender as próprias fraquezas e reconhecer as potencialidades. São técnicas de terapia cognitiva-comportamental que ajudam a valorizar os aspectos positivos e a traçar os chamados "gatilhos" da insegurança. Ou seja, é investigar os fatores que levaram a esse comportamento, para alcançar formas de construir laços mais saudáveis.
Isso envolve a análise de quando começaram a surgir traços de insegurança. Normalmente tem relação no aprendizado da autoestima, que se dá ainda na infância e permeia toda a vida adulta, podendo ser intensificada por eventos traumáticos (rejeição) ou insucessos mal interpretados pelo individuo. Também tem ligação com um histórico de superproteção dos pais ou então uma personalidade prévia mais tímida, com dificuldades de interação e de desenvolver habilidades sociais.
Um jeito simples de começar a cultivar uma postura diferente em relação a si mesmo é se concentrar nas suas forças e potencialidades, em vez de focar nas fraquezas. Voltar o pensamento para si mesmo, deixar as comparações de lado, e destacar as coisas boas que fazem parte da própria história.
10 dicas para ajudar na autoconfiança
Ninguém escapa de momentos de insegurança. Psicólogos reconhecem que todos nós possuímos essa característica e que tememos relações interpessoais, em menor ou maior grau. A partir dessa consciência, é possível ter algumas atitudes para melhorar a autoconfiança, tais como:
1. Busque aceitar e aprender a gostar de si mesmo. Tente ver as suas belezas, qualidades e singularidades. Uma lista das dez coisas que você faz melhor pode ajudar.
2. Concentre-se nos seus objetivos pessoais e evite ficar se comparando com os outros. Deixe competições de lado, foque na sua experiência e nos seus potenciais.
3. Não se culpe por acontecimentos infelizes. Ao passar por uma experiência negativa, não fique remoendo a frustração, aquilo que não deu certo. Pense que tudo tem um lado positivo e um negativo. Volte a atenção para o lado bom e se esforce para ser mais resiliente.
4. Fale e esteja disposto a encarar riscos. Quanto mais a pessoa insegura ou tímida se expor, mais vai internalizar a autoconfiança e melhorar a autoestima. Praticar atividades físicas ou artísticas pode colaborar nesse exercício para se expressar (como ioga, tai chi chuan, teatro, pintura, dança, canto).
5. Entenda os próprios limites com clareza e veja quais são possíveis superar. Arriscando um pouco por vez, fica mais fácil não paralisar diante de situações desafiadoras. O mais importante: celebre muito seu esforço e sinta orgulho por sua dedicação.
6. Saia da defensiva. Pessoas inseguras têm grande dificuldade em aceitar críticas. Quando alguém traz um apontamento ou sugestão, tente interpretar de outra maneira: "se está me falando isso, é porque se preocupa e gosta de mim, quer o meu bem, e porque preciso melhorar".
7. Volte esforços para aprender que podemos falhar e errar, e em pedir desculpas quando isso acontece.
8. Nos relacionamentos, dê bastante atenção ao diálogo. Tente ser um melhor ouvinte e falar mais sobre si. Um canal de comunicação bem estabelecido traz mais segurança.
9. Antes de dormir, liste os momentos do seu dia em que você se sentiu mais inseguro e vulnerável, quando a falta de confiança impediu de fazer algo ou a agressividade deu o tom na relação. Reflita e imagine o que poderia ter sido de diferente.
10. Procure manter relacionamentos saudáveis. Evite a aproximação com pessoas que são incapazes de valorizar seus acertos ou ainda minam sua confiança.
Fontes: Cristina Borsari, psicóloga da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; e Tatiana Mourão, professora do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
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