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Será que seu azeite não é óleo? Governo testa amostras em todo o Brasil

Laboratório móvel está realizando testes de amostras de azeite por todo o Brasil - iStock
Laboratório móvel está realizando testes de amostras de azeite por todo o Brasil Imagem: iStock

Do VivaBem*

04/12/2019 11h14

Um laboratório móvel experimental do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), instalado em uma van, está percorrendo o país recolhendo amostras de azeite de oliva em grandes centros de distribuição e supermercados para submetê-las à análise e verificar se apresentam fraudes. As análises são feitas no próprio local, possibilitando uma tomada de ação imediata quando constatadas irregularidades.

O trabalho começou no dia 18 de novembro, em Porto Alegre. Até agora, a van já passou pelo Rio Grande do Sul, por Santa Catarina, pelo Paraná e por São Paulo, ficando em média, três dias em cada estado. Nesta segunda-feira (2), chegou ao Rio de Janeiro, onde deverá ficar até a quarta-feira (4).

De 100 amostras do produto, coletadas até a última sexta-feira (29), apenas cinco apresentaram inconformidades, a maior parte por mistura com outros óleos, provavelmente de soja. As amostras foram enviadas para análise no Laboratório de Defesa Agropecuária do RS para análise pericial com equipamentos mais robustos e os estoques das marcas foram retirados das prateleiras dos pontos de venda. A comercialização também foi suspensa até conclusão dos processos administrativos instaurados contra os fabricantes e revendedores.

"O baixo número de azeites fraudados encontrados nesta ação é reflexo do intenso trabalho da fiscalização agropecuária realizado nos últimos quatro anos no combate às fraudes em azeite de oliva", diz o coordenador-geral do Departamento de Qualidade Vegetal do Ministério, Hugo Caruso.

Rapidez

O coordenador explica que a van-laboratório é uma novidade e dentro dela foi instalado um espectrofotômetro infravermelho (NIR na sigla em inglês), semelhante ao existente no LFDA. O objetivo dessa ferramenta é retirar rapidamente do mercado azeites fraudados, pois o resultado da análise sai na hora e imediatamente é determinada a interdição do azeite e a sua retirada dos pontos de venda.

"Pela proximidade do Natal, época que aumenta muito o consumo de azeite de oliva, nós resolvemos fazer essa ação para retirar, se existir, algum produto irregular que esteja sendo oferecido ao consumidor", garante Caruso.

A equipe que trabalha na van é formada por um técnico de laboratório e um auxiliar agropecuário, além da equipe de auditores fiscais agropecuários de cada Superintendência por onde a van está passando.

O NIR é um equipamento que detecta a composição de ácidos graxos que formam a identidade do azeite. Existe uma composição característica de azeite de oliva extravirgem e esse equipamento faz a leitura e verifica se os componentes estão presentes ou não, como se fossem a "digital" do azeite. Sem esta digital, é sinal que existe uma mistura com outros óleos.

O equipamento não consegue dizer que outros óleos são esses, vai dizer apenas se a composição é azeite de oliva ou não, além de informar algumas características sobre a qualidade do produto.

O coordenador lembra que o azeite de oliva extravirgem é um produto que faz bem à saúde, muito recomendado por médicos, mas infelizmente em razão do valor do produto é alvo de fraudadores que misturam outros óleos vegetais, geralmente o refinado de soja. "Com essa ação da fiscalização, nós queremos que o consumidor fique mais tranquilo sabendo que o produto que está sendo ofertado na prateleira corresponde a azeite de oliva, seja ele extravirgem, virgem ou tipo único, mas que é produto oriundo da azeitona", finaliza.

Próximas ações

A van-laboratório deverá rodar até o próximo dia 15, buscando atingir o maior número possível de estados. "Se o consumidor tiver informação de alguma marca que ele tenha suspeita poderá entrar em contato com a SFA (Superintendência Federal da Agricultura) em seu estado e perguntar a respeito dessa marca. Se essa marca nunca tiver sido investigada, ele pode nos fornecer as informações de onde o produto está sendo comercializado que a SFA local pode programar uma fiscalização no local de distribuição", diz Caruso.

*Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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