Aumento de cesáreas não tem relação com epidemia de obesidade, diz estudo
Nascer de uma cesariana não aumenta as chances de o bebê ser obeso quando for adulto. Pelo menos é o que diz um estudo feito por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e que contraria uma pesquisa anterior feita nos Estados Unidos.
Os autores do estudo analisaram dados de 97.291 homens nascidos entre 1982 e 1984 e inscritos no serviço militar sueco até 2006. O Índice de Massa Corpórea (IMC) de cada um foi uma das informações mais importantes coletadas.
Dados sobre o tipo de parto, bem como as características físicas das mães, foram retiradas do registro nacional de nascimentos.
Quando considerados todos os fatores - desde os hábitos de fumo das mães até o nível educacional dos pais -, os cientistas não encontraram uma relação clara entre o tipo de parto e a tendência de desenvolver obesidade. O IMC da mãe acabou sendo mais determinante.
"Os dois [tipo de parto e obesidade] não estão interligados. O aumento no número de cesáreas não explica, por si só, a epidemia de obesidade", explicou Viktor Ahlqvist, coautor da pesquisa.
O número de cesarianas está crescendo no mundo todo, e estudos têm tentado verificar o tipo de parto com condições que os bebês podem vir a desenvolver, como asma, alergias e obesidade. Alguns cientistas acreditam que a não exposição a certos micróbios da vagina, por exemplo, podem influenciar.
A pesquisa sueca, no entanto, é limitada, já que só analisou dados de homens - em sua maioria - saudáveis. Audrey Gaskins, cujo estudo anterior havia identificado uma ligação entre o tipo de parto e a obesidade, também alerta para o fato de que as diferentes tendências para sobrepeso encontradas nos EUA e Suécia têm que ser consideradas.
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