Como o cigarro prejudica quem está tratando um câncer
Receber o diagnóstico de câncer é algo difícil para qualquer pessoa. E mesmo sabendo da forte relação entre o tabagismo e essa doença, muitos pacientes tem dificuldade de parar de fumar.
Existem fatores envolvidos aí que contribuem para essa dificuldade em abandonar o cigarro. Uma delas é o alto nível de dependência. A outra é que encarar uma doença grave como o câncer desencadeia algumas emoções desagradáveis, que muitas vezes tendem a ser amenizadas com o cigarro. Fumar torna-se, portanto, uma válvula de escape.
Mas manter o cigarro aceso durante o tratamento prejudica e muito os resultados, diminuindo as chances de cura. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer José Alencar), já está comprovado cientificamente que parar de fumar tem efeitos positivos mesmo em quem já recebeu o diagnóstico de câncer.
Diminui a eficácia da quimioterapia
Segundo o médico oncologista Eric Rulli, do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, vinculado à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a nicotina diminui o efeito de alguns quimioterápicos, em particular alguns relacionados ao tratamento do câncer de pulmão.
Ele afirma que resultados de um estudo, feito na Universidade do Sul da Flórida, mostram que a nicotina induz a produção de proteínas que protegem as células cancerígenas.
Compromete a radioterapia
O oncologista lembra que fumar durante a radioterapia prejudica a recuperação dos tecidos sadios afetados e durante o processo de cicatrização, fazendo com que o paciente demore mais a melhorar após o tratamento.
Provoca outras complicações
Pós-operatório mais difícil
Segundo o INCA, pacientes fumantes têm problemas na cicatrização cirúrgica e, consequentemente, tendem a ter um pós-operatório mais lento e difícil.
O médico ensina que os componentes do cigarro afetam a circulação do sangue, provocando uma vasoconstricção, que é quando as arteríolas, pequenos vasos sanguíneos, fecham e dificultam a chegada de sangue nos órgãos e tecidos.
Dessa forma, o sangue que chega com dificuldade impede também o transporte de vitaminas, minerais e oxigênio necessários para uma boa cicatrização.
Mais cigarro, menos saúde
Fumar aumenta ainda os efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia, o que provoca por tabela uma redução da qualidade de vida e da resposta do tratamento, conforme afirma o INCA.
Imunidade em baixa
Naturalmente, o fumante está sujeito a desenvolver doenças respiratórias ou agravar quadros já existentes. Continuar fumando eleva o risco de infecções respiratórias, como a pneumonia, já que existe uma queda da imunidade nesse período de tratamento e fragilização do sistema respiratório por parte do tabagismo, afirma o médico.
Dieta comprometida
Durante o tratamento, é muito importante que o paciente mantenha uma boa alimentação para não emagrecer neste período. Segundo Eric Rulli, um dos efeitos da nicotina é inibir o apetite. Assim, o organismo fica mais fragilizado, potencializando os efeitos colaterais e dificultando a recuperação.
Risco elevado
Fumar durante o tratamento ainda aumenta as chances de o paciente ter trombose, infarto e AVC (acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como "derrame"), destaca o médico da EBSERH.
O Dr. Eric afirma que as estatísticas mostram que mais de 60% dos pacientes com câncer permanecem fumando após o diagnóstico e durante o tratamento da doença. Nesse caso, fazer uma pausa ajuda apenas momentaneamente. Assim que o paciente volta a fumar, voltam todos os riscos citados anteriormente.
O ideal é que o paciente pare de fumar definitivamente. Para isso, os profissionais de saúde que o acompanham devem orientar, aconselhar e apoiar, encaminhando-o para um atendimento adequado para que possa tratar sua dependência.
*Site do Ministério da Saúde
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