Pílula do dia seguinte pode atrasar ou antecipar menstruação?
Sim. Dependendo da fase do ciclo menstrual que você estava quando tomou a pílula do dia seguinte, as alterações serão diferentes, e isso pode provocar atraso ou adiantamento no sangramento menstrual. Portanto, se você tomar o medicamento mais próximo da menstruação, maior serão as chances de antecipá-la, e quanto mais longe da menstruação, mais você pode retardá-la. Por isso, não se assuste, caso, mesmo após tomar o remédio, o sangramento demore para aparecer.
No caso de menstruar antes do tempo, isso acontece pois quando a mulher usa a pílula do dia seguinte, na verdade, ela está expondo o seu organismo com uma dose súbita e elevada de progesterona, hormônio que o sexo feminino produz naturalmente. A progesterona, então, manda uma mensagem para o organismo de que é preciso antecipar a menstruação. Já o próximo ciclo menstrual será igual ao que você apresentava antes de ter tomado o medicamento. O efeito se limita ao mês de uso. Isso, claro, se você não tomar novamente a pílula do dia seguinte.
E é preciso ingerir o medicamento pouco tempo depois da relação sexual. Um estudo publicado na revista The Lancet apontou que tomar a pílula até as 72 primeiras horas depois do sexo pode ser mais de 80% eficaz para o comprometimento da ovulação. Porém, passado esse período, as chances de que o medicamento funcione diminuem. Mas mesmo assim, é indicado o seu uso para quem quiser evitar uma gravidez.
A pílula do dia seguinte é um método utilizado em mulheres após o sexo desprotegido (sem camisinha, pílula de uso regular ou outro método contraceptivo) a fim de se evitar que elas engravidem. A mais utilizada no Brasil é composta de 1,5g de levonorgestrel, que nada mais é do que a progesterona sintética. Por mais que não exista um limite de uso, não é recomendado que o medicamento seja tomado com frequência, pois isso diminui significantemente a eficácia da pílula. Além de poder aumentar as chances de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, dores nas mamas, dor abdominal, inchaços, irritações etc.
Outro ponto bastante importante de ressaltar é que os estudos realizados não demostraram que a pílula do dia seguinte seja um método abortivo. Pelo contrário. O medicamento age ao comprometer a ovulação, interrompendo o processo de formação do óvulo e a alteração química e física do muco cervical e endométrio, dificultando a progressão dos espermatozoides.
Fontes: Ilza Maria Urbano Monteiro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); Leonardo Bezerra, ginecologista e professor da Faculdade de Medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará); e Maurício Abrão, professor de ginecologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), diretor clínico da Clínica Medicina da Mulher e gestor do setor de ginecologia avançada da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.