7 fake news sobre saúde que circularam em 2019 e você não deve acreditar

Não foi só na política que as fake news apareceram. Na saúde, elas também foram recorrentes, seja no grupo de WhatsApp da família, redes sociais ou no boca a boca.

Algumas são as mais absurdas possíveis: água e limão em jejum emagrece, chá de alho para substituir antibióticos, MMS para curar autismo, lavar sutiã evita câncer de mama. O problema é tão sério que o Ministério da Saúde disponibilizou um número de WhatsApp (61) 99289-4640 para receber informações virais, que são apuradas e respondidas oficialmente como verdades ou mentiras.

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E diante de tantas mentiras é importante alertar que antes de compartilhar ou acreditar em alguma notícia por aí, procure checar a veracidade com médicos confiáveis. Abaixo, vamos relembrar algumas delas e explicar por que são falsas.

MMS cura autismo e câncer

A notícia se espalhou rapidamente nos grupos de WhatsApp com pais e mães. A promessa: curar autismo, câncer e outras doenças tomando dosagens de MMS (sigla em inglês para Solução Mineral Milagrosa).

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), trata-se apenas de um alvejante altamente corrosivo e sem nenhuma comprovação científica para ingestão por seres humanos.

Em junho de 2018, o órgão proibiu a comercialização e fabricação do MMS, mas ainda sim é fácil encontrá-lo em anúncios da internet e sites como Mercado Livre.

Além de não alterar o quadro de quem tem autismo, Alzheimer e qualquer outra condição de saúde, o uso desse produto pode levar ao desenvolvimento de mais problemas de saúde no sistema digestivo, vômito e diarreia.

Vacinas causam autismo

Em 1998, um estudo levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo. Algum tempo depois, ele foi considerado falho e o artigo foi retirado do ar. No entanto, sua publicação gerou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças. Não há evidência de uma ligação entre essa vacina e o autismo/transtornos autistas.

Vale lembrar que todas as vacinas aprovadas são submetidas a testes rigorosos ao longo das diferentes fases de ensaios clínicos e seguem sendo avaliadas regularmente uma vez comercializadas. Cientistas também monitoram constantemente informações de várias fontes para qualquer sinal de eventos adversos relacionados a alguma vacina. A maioria das reações são leves e temporais, tais como dor no local da injeção ou febre baixa. Raros efeitos colaterais graves são notificados e investigados imediatamente.

Não tomar sol evita câncer de mama

Diferentemente da mensagem que foi veiculada na mensagem do WhatsApp, alguns estudos já mostraram que a vitamina D em baixa está associada a aumento no risco de desenvolver câncer de mama. Segundo Idam de Oliveira Júnior*, mastologista do Hospital de Amor Barretos, instituição especializada no tratamento do câncer, tomar sol é até bom, desde que seja feito adequadamente.

Os especialistas indicam expor pernas e braços ao sol, diariamente, no período das 10 às 15 horas, mas somente por 10 a 15 minutos, sem proteção solar. Expor ou não os seios é uma escolha pessoal, já que a incidência prolongada de sol em alguma região do corpo, sem proteção, está mais ligada ao câncer de pele do que de mama.

Lavar sutiã e evitar sutiã preto previnem câncer de mama

O especialista ressalta que o mito sobre o uso do sutiã já é falado há anos, mas não existe nenhuma comprovação na literatura médica que mostre que cor ou materiais com que ele é feito influenciem no desenvolvimento da doença, bem como a frequência da lavagem.

Consumir gelo durante a menstruação causa câncer

Não há nenhum respaldo científico na afirmação. Trata-se de uma mensagem falsa, não há relação entre consumir gelo em qualquer período do ciclo menstrual e a incidência de câncer.

Beber água gelada durante o ciclo menstrual causa câncer

Não há qualquer respaldo científico na afirmação, além de ser desmentida por todos os especialistas de saúde. Os principais fatores de risco para os cânceres ginecológicos não têm qualquer relação com hábitos do dia a dia.

"Na maioria das vezes, o câncer de colo de útero é causado pela infecção do vírus HPV. Já para o câncer de endométrio, o principal fator de risco é obesidade: o excesso de peso aumenta a produção do estrogênio, que estimula excessivamente o endométrio, levando à hiperplasia endometrial —a qual a evolução pode ser o câncer", informa Henrique Mantoan, cirurgião oncológico da ginecologia do A.C.Camargo Cancer Center* (SP).

Água gelada faz mal

Assim como falado nas outras mensagens, não existe nenhum estudo científico que mostre e comprove que isso é responsável pelo desenvolvimento de doenças. A mensagem inclusive foi desmentida pelo próprio Ministério da Saúde, evitando com que a notícia fosse espalhada diariamente.

Lembre-se: fake news na saúde também existem e qualquer tratamento ou medicamento deve ser feito e recomendado por médicos.

*Especialistas consultados em matérias publicadas em 23/09/2019 e 26/09/2019.

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