8 descobertas da ciência em 2019 que podem mudar nossa saúde
A saúde é uma área que anda a passos curtos. Para chegar a uma vacina ou medicamento contra alguma doença décadas de pesquisas se passam. Isso explica porque, mesmo com a tecnologia avançando, ainda não chegamos à cura do câncer, por exemplo. Felizmente, o ano de 2019 foi repleto desses pequenos passos, sinal de que estamos no caminho certo. Veja abaixo oito descobertas que podem mudar nossa saúde lá na frente.
1. Brasileiros regrediram câncer em homem que estava em estado terminal
Um grupo de pesquisadores e médicos brasileiros desenvolveu, pela primeira vez na América Latina, um tipo de tratamento que pode ser capaz de regredir boa parte dos linfomas e leucemias. No primeiro teste clínico, o paciente selecionado apresentou remissão do câncer de linfoma não-Hodgkin, assim como o desaparecimento de dores e sintomas.
Para o teste, os especialistas alteraram geneticamente células do sistema imunológico do próprio paciente, incluindo uma proteína que as torna mais sensíveis a determinados tipos de linfoma. Ao serem inseridas de volta no paciente por meio de uma infusão, as células alteradas passaram a reconhecer mais facilmente as cancerosas, destruindo-as.
Outras três pessoas já estão em preparação para os testes e há uma pequena fila para o uso da terapia experimental. A ideia é que ela possa, no futuro, ser oferecida gratuitamente pelo SUS. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido até ser aprovada oficialmente.
2. Estudo de Harvard mostrou que adoçante não emagrece nem melhora saúde
Neste ano, os benefícios dos adoçantes caíram por terra. Uma pesquisa publicada em janeiro por cientistas da Universidade de Harvard (EUA) analisou mais de 50 estudos sobre esses produtos e revelou que eles não ajudam a emagrecer ou fazem bem à saúde.
Os cientistas encontraram evidências fracas de que o uso de adoçantes sem açúcar ajudou a reduzir os níveis de IMC e de açúcar no sangue. Nas crianças, os produtos reduziram ligeiramente o ganho de peso, mas não afetaram o IMC (índice de massa corporal). Já em obesos e pessoas com sobrepeso, não havia boas evidências de benefícios.
É claro que em grupos de alto risco, como diabéticos ou pessoas com histórico com diabetes, podem se beneficiar com o uso de adoçantes. Mas a grande questão é: será que todas as pessoas que estão consumindo adoçante realmente precisam?
3. Avanços para uma possível vacina contra o HIV
No começo do ano, um estudo publicado no periódico Nature Communications revelou que coelhos imunizados com proteínas desenvolvidas pelos cientistas criaram anticorpos capazes de se ligar ao HIV e inibir o vírus.
Os cientistas acreditam que a descoberta pode ser um passo em direção à compreensão dos principais componentes necessários para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus causador da Aids.
Outro estudo, dessa vez feito em roedores, combinou um antirretroviral modificado pelos cientistas com uma tecnologia de edição de genes, capaz de eliminar fragmentos do DNA pró-viral no genoma dos camundongos. Quando usados juntos, os tratamentos conseguiram curar a infecção nos bichos.
De acordo com o mentor do projeto, Kamel Khalili, ainda há muito a ser feito para que os testes cheguem nos humanos. Desta maneira, o próximo passo é usar primatas e, logo depois, pacientes humanos.
4. Tratamento reverteu doenças autoimunes em animais
As doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico do corpo ataca células saudáveis. Justamente por ser uma reação do próprio, elas não têm cura --lúpus, esclerose múltipla e diabetes tipo 1 estão nessa lista.
Um estudo publicado em março, entretanto, testou uma proteína modificada em camundongos que tinham condições semelhantes ao diabetes tipo 1 e à esclerose múltipla. Os resultados foram promissores: o tratamento foi capaz retardar o início do diabetes nos animais 10 semanas e interrompeu a progressão da paralisia induzida pela esclerose. Os animais recuperaram sua capacidade de andar e, após 25 dias, a paralisia não retornou.
Os autores acreditam que a nova descoberta pode favorecer pacientes humanos no futuro.
5. Mais testes avaliaram uso de exames de sangue para detectar câncer
Já imaginou detectar um câncer em 10 minutos? Chamado de biópsia líquida, o exame analisa fluidos do corpo (sangue, urina, escarro ou fluido cérebro espinhal) para encontrar vestígios de DNA ou célula tumoral circulante. É uma forma bem menos invasiva e mais ágil de fazer o diagnóstico do que o método mais comum atualmente, no qual é retirada uma pequena parte do tecido por meio de uma cirurgia, para ele ser analisado no microscópio e revelar se as células tumorais são malignas ou não.
Neste ano, um estudo realizou testes em 102 mulheres com um exame de sangue específico para o diagnóstico do câncer de mama. Os resultados foram satisfatórios. O próximo passo é realizar um estudo ainda maior, envolvendo 200 pacientes, para validar novamente a efetividade do teste e determinar qual a quantidade ideal de DNA cancerígeno deve estar presente no sangue para indicar que o tratamento antes da cirurgia foi bem-sucedido.
6. Chip que imita neurônios pode reparar danos causados pelo Alzheimer
Parece que o futuro chegou de vez. Com a ajuda de um chip, cientistas imitaram neurônios que podem ser implantados no cérebro para reparar danos causados pelo Alzheimer ou outras doenças degenerativas.
Mas o teste não foi feito em humanos ainda, apenas em camundongos. Os pesquisadores obtiveram sucesso em reproduzir as respostas dos neurônios do hipocampo e respiratórios nos animais quando estes são estimulados. A ideia é que o chip imite o comportamento de neurônios vivos reais, substituindo os que são "mortos" em doenças como Alzheimer e Parkinson.
7. Xixi e ressonância: diagnósticos mais precisos de câncer de próstata
Dois estudos publicados neste ano sugerem métodos mais eficazes de detectar o câncer de próstata, uma das formas mais comuns de tumor entre homens. Uma das pesquisas, realizada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), em parceria com o ICB (Instituto de Ciências Biomédicas), utiliza a urina para o diagnóstico.
O xixi pode conter elementos que reflitam os processos bioquímicos relacionados ao desenvolvimento de um tumor. Nos testes da USP, os pesquisadores alcançaram uma precisão de 100% no diagnóstico do câncer de próstata.
Em outro estudo, a equipe avaliou se imagens por ressonância magnética podem servir para fazer um diagnóstico efetivo de câncer de próstata em homens, da mesma forma que as mamografias são utilizadas para detectar o câncer de mama em mulheres.
A partir deste mês, 300 homens serão selecionados de forma aleatória e convidados a participar do estudo. Para cada paciente, será realizado um exame de sangue (que identifica PSA, um indicador confiável da doença) e uma ressonância magnética de 10 minutos. Ao combinar o trabalho de radiologistas e urologistas para analisar os resultados dos dois exames, será possível avaliar com mais precisão se o paciente apresenta ou não sinais de câncer de próstata.
8. Descobrimos que o hormônio do sono aumenta a gordura marrom
Um estudo feito aqui no Brasil analisou pessoas que não produziam melatonina (o hormônio do sono). Por três meses, esses indivíduos tomaram uma reposição diária de 3 miligramas desse hormônio. No final desse período, todos tiveram um aumento de gordura marrom e, consequentemente, melhora no perfil de colesterol, redução dos triglicérides e discreta diminuição da resistência à insulina.
Claro que tomar melatonina não é uma indicação para todo mundo (talvez para insones, grupos mais velhos, hipertensos que usam beta-bloqueadores, funcione). Mas o estudo mostra que para produzir mais gordura marrom com a ajuda do hormônio do sono é melhor manter uma rotina de sono e sem luz atrapalhando —é na completa escuridão que a melatonina dá as caras.
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Horário de funcionamento: das 9h até as 13h (praia) e das 17h até a 1h (arena)
Endereço arena: Av. Riviera, s/n, próximo ao shopping - Bertioga (SP)
Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: Gratuita
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