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Jejum intermitente faz você viver mais, diz estudo; será que vale fazer?

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

04/01/2020 10h54

Resumo da notícia

  • O jejum foi estudado em roedores e adultos com sobrepeso para melhorar a saúde, embora não esteja claro se esses benefícios resultam da perda de peso
  • Apesar de polêmico, o jejum intermitente é seguro, pois o corpo humano se adaptou ao longo da história à restrição alimentar
  • Algumas pesquisas ainda mostram que a prática melhora a saúde cardiovascular e metabólica

Uma revisão de diversos estudos feitos em animais e humanos mostrou que o jejum intermitente pode diminuir a pressão sanguínea, ajudar na perda de peso e melhorar a longevidade. Publicada no periódico The New England Journal of Medicine no dia 26 de dezembro, a pesquisa apoia a prescrição do método para prevenir obesidade, câncer, diabetes e problemas no coração. Mas será que o jejum é tão "milagroso" assim?

Fazer jejum é seguro?

O jejum é uma das dietas mais polêmicas atualmente. É possível encontrar facilmente diversos nutricionistas, cientistas e profissionais da saúde que o criticam ou o defendem. Apesar de não haver um consenso entre os especialistas se o método é bom ou ruim, uma coisa é fato: ele pode ser feito com segurança por qualquer pessoa que não tenha restrições (grávidas, mulheres amamentando e pacientes em tratamento de algumas doenças, por exemplo).

O jejum é uma prática milenar, realizada por diferentes civilizações e culturas ao longo da história. Portanto, seja por opção, seja por falta de disponibilidade, nosso corpo está mais do que adaptado a ficar longos períodos sem comer. E diversos estudos mostram ainda que isso pode trazer benefícios para o organismo além da perda de peso, como redução no risco de doenças cardíacas, combate ao diabetes e melhora da pressão arterial.

É melhor para emagrecer?

O jejum funciona para eliminar os quilos extras, mas não pode ser considerado melhor (nem pior) do que vários outros programas para perda de peso. Uma pesquisa publicada no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition, realizada durante 50 semanas com 150 pessoas, concluiu que o jejum e tão eficiente para emagrecer ou melhorar a saúde metabólica quanto uma dieta em que as pessoas reduziram cerca de 20% de sua ingestão calórica.

Os resultados de perda de peso de qualquer estratégia alimentar dependem principalmente da capacidade da pessoa em manter o cardápio saudável por um longo período (se possível para o resto da vida). Nesse ponto, o jejum pode ser ruim para alguns indivíduos, que não conseguem se adaptar aos períodos de restrição e desistem da prática —e às vezes voltam a comer muito mais, sofrendo um efeito sanfona.

Como fazer os jejuns mais comuns?

  • Dieta 1:1: o indivíduo se alimenta normalmente dia sim, dia não. Nos dias de "jejum", a pessoa pode comer apenas uma pequena refeição com cerca de 500 calorias. Você pode comer o que quiser, desde que nos dias de jejum você ingira apenas essa quantidade de calorias.
  • Dieta 5:2: um dos mais conhecidos jejuns, criado por Michael Mosley. Aqui a pessoa se alimenta normalmente cinco dias por semana e nos outros dois come cerca de 500 calorias. Esse tipo de jejum tem sido associado à melhoria do reparo do DNA e da função cerebral. Um aumento na perda de gordura também foi demonstrado em um estudo da Universidade de Manchester, publicado em 2011. Mosley, por exemplo, perdeu 9 kg em 12 semanas e viu seus níveis de açúcar no sangue e colesterol voltarem ao normal.
  • Dieta 6:1: Essa dieta envolve jejum completo por um dia e alimentação normal pelo resto da semana. Famosa pelo vocalista do Coldplay, Chris Martin, ela não é muito aconselhável, já que quem a adere não pode comer nenhum alimento (apenas beber água), provavelmente fazendo com que o indivíduo perca músculos.
  • Duas refeições por dia ou 16:8: Basicamente, envolve pular uma refeição (café da manhã ou jantar) e estender o jejum noturno (enquanto você está dormindo) para algo em torno de 16 horas. Assim, a pessoa tem uma janela de 8 horas por dia para se alimentar. A vantagem dessa dieta é que ela se encaixa mais fácil à rotina.

Fontes: Lara Natacci, nutricionista da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição); Christian Cruz, nutricionista da clínica Equilibrium Consultoria, consultadas em reportagem de janeiro de 2019.

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