Estudo descarta relação entre uso de talco na genital e câncer de ovário
Resumo da notícia
- Estudo feito com mais de 250 mil mulheres não encontra associações significantes entre uso de talco e câncer de ovário
- A taxa de risco de alguma usuária do produto ter câncer de ovário foi muito baixa, comparada com quem nunca usou o talco
- Mas o estudo tem limitações. São necessárias mais pesquisas para tirar qualquer conclusão sobre essa possível conexão
Análise feita com mais de 250 mil mulheres revelou que não há associação significativa entre uso de talco na área genital e o câncer de ovário. O estudo foi publicado no periódico JAMA, na terça-feira (7).
A especulação de que ambos estariam relacionados não é uma novidade. Em 2006, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, da OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou que o uso do pó na área genital é "possivelmente carcinogênico para seres humanos".
A pesquisa atual, entretanto, revelou que a taxa de risco para a associação entre uso e nunca uso de talco na região em questão e o câncer de ovário foi baixa, de apenas 1,08.
Como o estudo foi feito
- Os pesquisadores analisaram dados agrupados de 252.745 mulheres norte-americanas com idade média de 57 anos.
- Dessas mulheres, 38% disseram que usavam pó em sua área genital, 10% disseram que o faziam há pelo menos 20 anos e 22% relataram usá-lo pelo menos uma vez por semana.
- Após pouco mais de 11 anos, 2.168 desenvolveram câncer de ovário. A incidência foi de 61 casos a cada 100.000 pessoas por ano entre aquelas que já usaram talco em suas áreas genitais e 55 casos a cada 100.000 pessoas por ano entre aquelas que não usaram.
Mais pesquisas
Apesar das conclusões, os próprios pesquisadores afirmam que o estudo pode ter sido insuficiente para identificar um pequeno aumento no risco. Isso significa que ainda há uma incerteza no ar.
A maneira como os grupos de mulheres avaliaram a exposição e a frequência de uso variou, por isso é difícil saber se existe uma conexão com o quanto uma pessoa usa o talco e o câncer de ovário. Além disso, as marcas usadas variaram, a maioria das mulheres eram brancas e com boa escolaridade, e metade delas não estava acima do peso.
O ideal é mais pesquisas sejam feitas para respaldar os resultados.
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