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Cientistas descobrem que antibióticos podem tratar tipo de demência

Resultados podem ser promissores para o desenvolvimento de medicamentos - iStock
Resultados podem ser promissores para o desenvolvimento de medicamentos Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

10/01/2020 18h27

Resumo da notícia

  • Pessoas com demência frontotemporal podem ter uma mutação que impede a produção da proteína progranulina --sua ausência está ligada à doença
  • Agora, cientistas descobriram que uma classe de antibióticos pouco utilizada clinicamente pode fazer o corpo voltar a produzir a progranulina
  • O próximo passo é estudar os efeitos dos antibióticos em camundongos com a mutação ligada à demência, e ver se os resultados são promissores

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Kentucky (EUA) mostrou que uma classe de antibióticos chamada aminoglicosídeos pode ser um tratamento promissor contra a demência frontotemporal. O estudo foi publicado no periódico Human Molecular Genetics, na quarta-feira (8).

Esse tipo da condição, mais comum entre as mulheres acima dos 50 anos, corresponde até 10% dos casos de demência. Como o nome entrega, a doença afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, que têm entre as funções a regulação do humor e comportamento. Assim, o que mais chama a atenção é a mudança de comportamento do paciente. A pessoa pode adquirir apatia e ficar sem fazer nada, ou pode ficar completamente enérgico e desinibido. No início, memória e orientação parecem nem ser afetadas.

Alguns dos indivíduos com esse tipo de demência (5 a 26%) ainda têm uma mutação genética específica, que impede que as células cerebrais produzam uma proteína chamada progranulina. Embora essa proteína não seja amplamente compreendida, sua ausência está ligada à doença.

Os cientistas do estudo descobriram que, após a adição de antibióticos aminoglicosídeos aos neurônios com essa mutação, as células começaram a produzir a proteína de progranulina novamente, ignorando a mutação.

Na pesquisa, dois antibióticos específicos de aminoglicosídeos (gentamicina e G418) foram eficazes na correção da mutação e na produção da proteína progranulina funcional.

Como atualmente não há tratamento para a demência frontotemporal, os cientistas acreditam que os resultados podem ser promissores para o desenvolvimento de medicamentos.

Como o estudo foi feito

  • Os cientistas rastrearam onze aminoglicosídeos em um sistema de cultura celular. A ideia era determinar se qualquer composto pode induzir a leitura de mutações com progranulina.
  • A equipe descobriu que, ao adicionar uma pequena molécula de antibiótico às células, eles 'enganavam' a maquinaria celular mutante para produzir a proteína.
  • As moléculas de Gentamicina ou G418 foram as mais eficazes. Ao serem adicionadas às células afetadas, o nível da proteína de progranulina foi recuperado em cerca de 50 a 60%.

Pesquisas futuras

Segundo os pesquisadores, esse foi um estudo pré-clínico e o próximo passo é estudar os efeitos dos antibióticos em camundongos com a mutação ligada à demência frontotemporal. Além disso, eles também querem desenvolver novos compostos de Gentamicina e G418 que possam ser mais seguros e eficazes —os usos clínicos desses antibióticos são limitados, pois eles estão associados a vários efeitos colaterais adversos.

"Se conseguirmos os recursos certos para trabalhar, poderemos potencialmente redirecionar essa droga. Essa é uma fase inicial do estudo, mas fornece uma importante prova de conceito de que esses antibióticos aminoglicosídeos ou seus derivados podem ser uma via terapêutica para a demência frontotemporal ", disse Haining Zhu, que liderou a pesquisa, em um comunicado divulgado à imprensa.

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