Sete motivos para usar o protetor solar de janeiro a dezembro
A chegada do verão provoca anualmente um crescimento exponencial na venda de protetores solares em todo o país —sobretudo nos estados onde o inverno é mais rigoroso—, mas os profissionais da saúde se esforçam para que o brasileiro se conscientize de que os cuidados com a pele devem ser mantidos durante todo o ano, não apenas entre dezembro e fevereiro. Ainda mais em um país onde os níveis de radiação ultravioleta são extremamente altos de janeiro a dezembro, mesmo em dias nublados ou chuvosos, pois até 80% da radiação solar consegue atravessar as nuvens.
A última edição do Dezembro Laranja, que desde 2014 integra a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, teve como mote a necessidade de se proteger do sol diariamente.
A pior consequência possível da exposição solar sem precaução é o melanoma (tipo mais grave de câncer de pele), porém há outros riscos associados ao descuido com a pele: queimaduras, manchas, fotoenvelhecimento e cânceres não-melanoma (carcinomas basocelulares e carcinomas espinocelulares).
Estão mais suscetíveis a esses riscos idosos, homens e mulheres com pele clara, sardas, pintas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Também devem redobrar os cuidados pessoas que apresentam incapacidade para se bronzear, queimaduras solares e antecedentes familiares com histórico de câncer de pele.
Um filtro solar para cada pele
De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), 70% da radiação solar que recebemos durante a vida é adquirida em ações corriqueiras do dia a dia. Somente 30% é obtida durante momentos de lazer. No entanto, as pessoas só se lembram de aplicar o protetor quando vão à praia ou ao parque. Uma pesquisa da SBD divulgada durante o Dezembro Laranja de 2019 mostrou que 63,05% dos brasileiros se expõem ao sol sem qualquer proteção.
Há dois tipos de filtros solares: os físicos, compostos por óxido de zinco e dióxido de titânio e que refletem os raios ultravioletas; e os químicos, que funcionam como uma esponja (absorve a radiação e a torna inofensiva). Entre uma categoria e outra, existe uma imensa diversidade de fotoprotetores no mercado, que variam de acordo com o consumidor.
Banhistas, mergulhadores, surfistas e praticantes de atividades que causam transpiração excessiva devem escolher modelos resistentes à água. Para pessoas com pele acneica, os mais indicados são aqueles que controlam a oleosidade do rosto. Quem tem pele sensível ou alérgica geralmente usa o tipo físico mineral. Já os bebês de menos de seis meses só devem se expor ao sol antes das 10h e depois das 16h e usar o fotoprotetor em casos de extrema necessidade. Prefira os filtros físicos para as áreas mais expostas, como mãos, pés e rosto.
Os dermatologistas ouvidos pelo VivaBem afirmam que o produto precisa ser aplicado 15 minutos antes de a pessoa sair de casa e reaplicado a cada duas ou três horas, mas é importante sempre ler as recomendações que constam no rótulo do produto escolhido. A aplicação pode ser feita em duas camadas (a pessoa espalha o produto da maneira com a qual está acostumada e o reaplica em seguida).
Recomenda-se o fator de proteção igual ou maior que 30, até mesmo para quem tem a pele negra, devido aos altíssimos índices de radiação ultravioleta do Brasil.
Há outros cuidados que devem ser tomados. Verduras, frutas e legumes são alimentos que estimulam mecanismos de defesa contra os raios ultravioletas. A cenoura, a abóbora e a manga são ricas em betacaroteno, uma substância antioxidante que protege as células dos efeitos nocivos dos radicais livres (moléculas instáveis que danificam a pele).
O uso de acessórios como chapéus e óculos escuros com lentes grandes, que protegem a região dos olhos, também ajuda. Porém, a maior precaução é com a falta de zelo. Quando o verão terminar, é provável que o protetor, a bermuda e a regata sejam substituídos pelo casaco, a calça e o descuido. O filtro solar acaba indo parar no fundo de alguma gaveta. Por isso, o VivaBem listou sete motivos para você nunca se esquecer de aplicar o fotoprotetor.
1 - O melanoma pode ser mortal
O tipo de câncer mais comum no Brasil e no mundo é o de pele (responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer). O último Dezembro Laranja identificou 4.197 casos de câncer de pele durante um mutirão de atendimento gratuito.
Realizada no último dia 7 de dezembro, a ação recebeu 22.749 pessoas em 123 serviços de saúde do país. Foram registrados?2.744 casos de carcinoma basocelular,?835 de carcinoma espinocelular (CEC) e 420 do melanoma, além de 198 outros tumores malignos (muito menos frequentes e sem relação com o sol).?
"É preciso conscientizar as pessoas sobre o câncer da pele a partir da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado com o médico dermatologista. O controle da doença é um desafio para a saúde brasileira. Atuamos na construção de estratégias de prevenção, especialmente aos grupos populacionais mais suscetíveis à doença", disse Sergio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
2 - Brasil tem altos índices de radiação solar ultravioleta
A superfície terrestre possui diversos tipos de radiação, desde a luz visível, que determina a claridade e o espectro de cores até radiações que não conseguimos enxergar. São os raios infravermelhos, que sentimos como calor, e os raios ultravioleta, divididos em UVA (ultravioleta A) e UVB (ultravioleta B). Os raios UVA atravessam as nuvens, são praticamente constantes durante o dia e representam 95% da radiação que atingem o corpo e o rosto. Eles penetram profundamente na pele, são os principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, reações cutâneas, manchas solares e também estão relacionados ao câncer de pele.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o país tem índices de radiação solar ultravioleta extremamente alta durante todo o ano. No inverno brasileiro, os níveis são similares aos do verão no hemisfério norte. "O Brasil está na incidência direta do sol. Isso faz com que os níveis de radiação ultravioleta sejam superiores", explicou Elimar Gomes, dermatologista e coordenador nacional da campanha Dezembro Laranja.
Além do protetor, especialistas indicam o uso de acessórios como camisetas, chapéus e bonés. Entre às 10h e às 16h (quando a radiação UVB é mais intensa), deve-se evitar a exposição ao sol ou escolher espaços com bastante sombra. O nível de radiação ultravioleta no Brasil pode ser acompanhado pelo site http://satelite.cptec.inpe.br/uv/.
3 - Queimaduras são inimigas silenciosas
Pessoas que sofreram queimaduras solares na infância ou na juventude apresentam um risco maior de desenvolver câncer de pele, especialmente o melanoma. É por esse motivo que a doença atinge mais os idosos. O inimigo age em silêncio por anos a fio.
As queimaduras, decorrentes da exposição ao UVB, deixam a pele avermelhada e dolorida. Nos casos graves, provocam inchaço e bolhas. Os sintomas podem começar logo após a primeira hora e, normalmente, atingem seu pico depois do terceiro dia. Algumas pessoas apresentam febre, calafrios e fraqueza. Nos casos mais leves, ocorre descamação, que pode acompanhar coceira.
4 - O medo de parecer mais velho
Uma das consequências da exposição ao sol sem proteção é o fotoenvelhecimento. Rugas, manchas, flacidez e linhas de expressão dão a impressão de que a pessoa é mais velha do que realmente é. Esse processo acontece porque a radiação ultravioleta favorece a produção de radicais livres.
Além do filtro solar, a pessoa deve comer alimentos ricos em vitaminas A (cenoura, manga, mamão, abóbora), C (goiaba, morango, laranja, brócolis) e E (avelãs, castanhas, salmão, sardinha).
5 - O reflexo do sol na areia também queima
De norte a sul, o litoral brasileiro recebe milhões de turistas durante o verão. Barracas de praia disputam clientes no gogó, e geralmente se dão bem aquelas que oferecem guarda-sóis em seu espaço na orla. Mas atenção: aquela sombra oferecida pelo objeto simular a um guarda-chuva não te deixa imune à radiação solar. O reflexo da luz na areia (principalmente nas mais claras) também queima a pele.
Os dermatologistas indicam o uso do filtro solar mesmo para quem prefere passar o dia todo debaixo de um guarda-sol ou de uma barraca feita de algodão ou lona —que absorvem 50% da radiação ultravioleta. Já as de náilon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios ultravioletas ultrapassam o material.
6 - Sol pode prejudicar a pele com acne
O sol tem ação anti-inflamatória e, em pouco tempo de exposição, pode beneficiar lesões como acne e psoríase. Além disso, a radiação UVB --que tem maior incidência entre 10h e 14h-- estimula a formação de vitamina D, também anti-inflamatória.
São necessários apenas 15 minutos de sol em 15% de área corpórea exposta para a dose diária necessária de vitamina D. A exposição acima desse tempo já pode prejudicar bastante a situação da acne. Vale a pena destacar que o sol é um veneno para quem está em tratamento para remoção de lesões e manchas provocadas por cravos e espinhas. O ideal é que esses pacientes não se exponham ao sol em momento algum.
7 - É possível se maquiar e proteger a pele ao mesmo tempo
Quem não abre mão da maquiagem não precisa dispensar o protetor. Em vez de aplicar base no rosto, é possível utilizar os filtros físicos que se assemelham às bases e variam de cor conforme o tom de pele.
O acabamento pode ser feito com pó de maquiagem mineral, que ainda reforça a proteção ao sol.
Fontes: Marisa Gonzaga da Cunha, chefe do setor de cosmiatria da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC); Elimar Gomes, cordenador nacional da campanha Dezembro Laranja, coordenador do Grupo de Dermatologia do Centro Oncológico da A BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia); Sérgio Luiz Lira Palma, presidente da SBD.
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Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: gratuita
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