Agência dos EUA facilita acesso ao MDMA para tratar estresse pós-traumático
O MDMA, também chamado de ecstasy ou droga do amor, vem sendo experimentado como uma alternativa no tratamento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) nos últimos anos, inclusive no Brasil. E, diante dos resultados atingidos até aqui e em busca de mais informações, a FDA, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, resolveu facilitar o acesso à droga.
A Associação Multidisciplinar para Estudos com Psicodélicos (Maps, na sigla em inglês) anunciou na última sexta-feira (17) que a FDA concordou com novos pacientes receberem tratamento com MDMA antes do esperado, em paralelo à fase 3 dos testes que vem sendo realizados nos EUA.
O programa vai envolver 50 novos pacientes, que terão assistência para utilizar a substância. A ideia é escolher indivíduos com sérios riscos de morte, pessoas que não vem tendo sucesso com os outros tratamentos possíveis atualmente.
A doença, que atinge mais de dois milhões de pessoas por ano no Brasil, é crônica, o que significa que pode ser tratada, mas não curada. Os sintomas incluem lembranças indesejadas relacionadas a um trauma, pesadelos, ansiedade e depressão e podem durar meses ou até anos.
As pessoas diagnosticadas com TEPT são geralmente tratadas com psicoterapia e medicamentos para tratar os sintomas.
"Estamos encantados em poder começar a gerar evidências reais deste novo e poderoso tratamento", disse Rick Doblin, fundador da Maps. A previsão é de que os primeiros 35 pacientes gerem informações e dados que permitam que o total de 50 indivíduos previsto agora seja expandido.
"As pesquisas com drogas como o MDMA para catalisar a psicoterapia são o desenvolvimento mais excitante e promissor que eu já vi em minha carreira como psiquiatra", disse Michael Mithoefer, diretor médico da Maps.
Além de lidar com o FDA, a questão também tem de ser aprovada pelo DEA, departamento que controla e combate o uso de drogas.
Os testes feitos pela Maps começaram em 2017, em 15 lugares dos EUA, Canadá e Israel. A análise dos resultados deve ser feita até 2021. Caso aprovado, o uso do MDMA poderá ser liberado a partir de 2022. A Maps também realiza testes na Europa, onde está na fase 2 de suas experiências.
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