Febre hemorrágica: saiba o que é e quais os sintomas do arenavírus
O Ministério da Saúde confirmou na segunda-feira, 20, uma morte provocada por febre hemorrágica brasileira. A doença, que não era registrada no País desde a década de 1990, é causada por um novo vírus do gênero Mammarenavirus, da família do arenavírus, e que está sendo chamado de Eldorado arenavírus. O paciente era de Sorocaba, no interior de São Paulo.
Os arenavírus são agentes infecciosos classificados como nível de biossegurança 4, o mais alto de todos. O Ebola, por exemplo, é classificado com o mesmo nível.
"Considerando a família, este vírus pode apresentar alta patogenicidade e letalidade. Este fator representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que nenhum caso secundário tenha sido identificado até este momento da investigação.", diz a nota divulgada pelas autoridades brasileiras.
De acordo com as informações oficiais, em 17 de janeiro de 2020 a Secretaria de Vigilância em Saúde a notificação do caso confirmado para o gênero Mammarenavirus, com aproximadamente 90% de similaridade com a espécie Sabiá. A identificação foi feita pela equipe do Laboratório de Técnicas Especiais - LATE do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Posteriormente, o Laboratório de Investigação Médica do HC/SP e também o Instituto Adolfo Lutz confirmaram o agente em testes independentes.
Como é transmitido?
Por enquanto, a origem da contaminação do paciente permanece desconhecida. Acredita-se que o contágio se dê por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina, das fezes e da saliva de roedores silvestres infectados. "A transmissão do arenavírus de pessoa para pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em ambientes hospitalares quando não usados os equipamentos de proteção, por meio de contato com o sangue, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções e excreções", descreve o Ministério.
Na literatura médica, há descrição de apenas quatro casos humanos de febre hemorrágica brasileira provocados pelo gênero Mammarenavirus. O primeiro caso ocorreu por infecção natural na década de 1990 no estado de São Paulo e deu a origem a um segundo caso que ocorreu em ambiente laboratorial ao processar amostra do primeiro caso.
A primeira paciente era uma mulher de 25 anos que havia viajado para o município de Cotia 10 dias antes ao início dos sintomas. Ela infelizmente não resistiu; após a morte, os médicos identificaram o novo vírus, da família do arenavírus, denominado Sabiá (uma referência ao bairro onde a paciente provavelmente se infectou). O segundo caso foi de um técnico de laboratório de 39 anos infectado acidentalmente, durante o processamento da amostra clínica do primeiro caso. Neste caso, o paciente sobreviveu.
Há ainda o relato de um terceiro caso do vírus Sabiá, porém ocorrido em ambiente laboratorial dos Estados Unidos, em um virologista que provavelmente se infectou durante procedimentos laboratoriais. O quarto caso ocorreu em 1999 por infecção natural. Trata-se de um homem de 32 anos residente de área rural do Espírito Santo do Pinhal, no estado de São Paulo. Ele não resistiu e morreu após sete dias de hospitalização.
Sintomas
O período de incubação do novo vírus, isto é, o período entre a exposição até o início dos sintomas, é geralmente de 6 a 14 dias, podendo variar de 5 a 21 dias. Os sintomas variam, mas se manifestam de forma muito parecida com os da febre amarela.
A doença normalmente evolui com manifestações neurológicas e grave comprometimento hepático resultando em hepatite. O paciente pode apresentar prostração extrema, dor abdominal, acúmulo de sangue no tecido conjuntivo, rubor na face e no tronco, hipotensão ortostática, hemorragia nas mucosas, sangue na urina, lesões na boca, alteração nos gânglios linfáticos e encefalite.
Tratamento
O tratamento é de suporte e realizado conforme os sintomas apresentados pelo paciente. É comum o uso do antiviral ribavirina, utilizado também no tratamento de casos da febre de Lessa — doença provocada por uma espécie de arenavírus e que foi descrita na Nigéria. Acredita-se que o novo vírus também seja ao medicamento.
Os casos suspeitos devem ser informados aos serviços de vigilância locais. Todos os profissionais envolvidos no cuidado com o paciente e no diagnóstico do vírus estão sendo monitorados.
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