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Coronavírus: chineses usam galão de água e sutiã como máscara de proteção

Moradores das regiões afetadas pelo coronavírus estão inventando novas formas de proteção, já que as máscaras cirúrgicas estão escassas nessas localidades - Divulgação / Twitter
Moradores das regiões afetadas pelo coronavírus estão inventando novas formas de proteção, já que as máscaras cirúrgicas estão escassas nessas localidades Imagem: Divulgação / Twitter

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

03/02/2020 15h04

Resumo da notícia

  • A busca por máscaras nos países em que o coronavírus está mais ativo, especialmente na Ásia, provocou escassez do produto no comércio local
  • Por isso, alguns moradores resolveram improvisar e usar sacolas plásticas, galões de água vazios e até sutiãs para fabricarem suas próprias máscaras
  • Mas elas não têm comprovação de eficácia e, no caso das sacolas plásticas, ainda podem provocar sufocamento
  • O mais recomendado para prevenir a doença são medidas de higiene básicas, como lavar as mãos e cobrir o nariz e a boca na hora de espirrar ou tossir

Considerada uma emergência de saúde internacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a epidemia do novo coronavírus já matou 360 pessoas (uma, inclusive, nas Filipinas) e já chegou a 28 países, incluindo EUA e Reino Unido. No Brasil, o Ministério da Saúde monitora 13 casos suspeitos até o momento.

Além do isolamento, principalmente nas cidades asiáticas, a procura por máscaras cirúrgicas aumentou de tal forma que elas começaram a ficar escassas nos comércios locais. E como a criatividade humana não tem limites, principalmente nos momentos de maior necessidade, os chineses resolveram desenvolver máscaras caseiras para proteção.

Galões de água, sutiãs e até sacolas plásticas comuns estão sendo usados pelos chineses e moradores de outros países afetados na tentativa de impedir o vírus de se propagar. Nas redes sociais, também há fotos de pessoas usando casca de laranja e até acelga (no que mais parece uma brincadeira de mau gosto do que propriamente uma tentativa de se proteger do vírus).

De acordo com Julian Tang, do Leicester Royal Infirmary e que falou ao jornal britânico Daily Mail, o uso do sutiã não é todo errado — já que o mesmo acessório foi usado como máscara durante a epidemia de SARS em 2003, quando as máscaras também se esgotaram.

No entanto, o uso de outros materiais para a confecção de máscaras não tem comprovação científica. Pior: o uso de sacolas plásticas, por exemplo, pode provocar sufocamento no usuário e, por isso, não é recomendado.

"O risco também existem em quem usa essas máscaras improvisadas com galões de água", afirma o infectologista infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. "Além disso, não sabemos como fica a qualidade do ar e o nível de umidade durante o uso desses galões como máscaras, o que pode facilitar o aparecimento de outras doenças", afirma o especialista.

Uso da máscara é efetivo?

As máscaras cirúrgicas são essenciais para as pessoas doentes e para as equipes médicas trabalhando com os pacientes. Os moradores das regiões mais afetadas também estão sendo orientados a utilizar a máscara, mas ela não garante uma proteção de 100% contra o coronavírus. Como não ficam completamente presas ao rosto, elas deixam o ar entrar sem nenhum tipo de filtro, e a pessoa pode acabar inalando o vírus.

Os especialistas também insistem que, após algumas horas, as máscaras devem ser trocadas e aconselham o uso das versões mais caras, as chamadas máscaras de proteção respiratória individual, compostas por uma peça facial e um dispositivo de filtragem de ar e que possuem uma vida útil mais longa.

Como posso me prevenir?

Prats afirma que a forma mais fácil de se contaminar com o vírus é pelo contato, principalmente pelas mãos. "O melhor é manter as mãos limpas, lavando sempre que necessário, proteger o rosto antes de tossir ou espirrar para evitar espalhar gotículas no ambiente e ainda ficar longe de pessoas que estão sabidamente doentes", afirma.

O Ministério da Saúde orienta a ter cuidados básicos de higiene para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
  • lavar as mãos frequentemente, especialmente após o contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
  • utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir e higienizar as mãos após;
  • não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, copos e pratos;
  • manter os ambientes bem ventilados.

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