Cientistas descobrem que resistência a antibióticos pode começar na boca
Um grupo de pesquisadores da King's College London revelou que a resistência a antibióticos pode começar na boca, e não apenas no intestino, como imaginava-se. A descoberta foi publicada no periódico Nature Communications nesta terça-feira (4).
A resistência aos medicamentos é um problema global. Tratamentos de doenças como gonorreia e tuberculose, por exemplo, têm enfrentado dificuldades, uma vez que as bactérias causadoras já não respondem mais aos antibióticos usados.
Até então, a maioria das pesquisas têm focado no microbioma intestinal e seus genes associados, para entender a relação entre eles e a resistência das bactérias. Mas os cientistas do atual estudo decidiram se restringir à boca. Em um release divulgado para a imprensa, os pesquisadores explicaram o motivo: como a boca é o primeiro ponto de entrada para alimentos e muitos medicamentos, tem o potencial de influenciar a disseminação da resistência no microbioma humano.
Segundo eles, a resistência antimicrobiana surge quando o micróbio adquire genes que tentam evitar ou destruir os medicamentos. "Dado o que estamos começando a descobrir sobre a enorme variedade de espécies de bactérias no intestino humano, se quisermos ter alguma esperança de entender a propagação e a persistência da resistência antimicrobiana, precisamos expandir os estudos para outras áreas do corpo", diz David Moyes, um dos autores.
O professor ainda sugere que possam haver mais locais de resistência no corpo: "Se olharmos bastante, as respostas podem estar bem abaixo do nosso nariz."
Como o estudo foi feito
O grupo de pesquisadores analisou saliva, placa dentária e outros locais da boca, usando o Banco de Dados de Resistência a Antibióticos Abrangentes (CARD). Eles incluíram dados de várias regiões diferentes do estudo, incluindo locais da Ásia, Europa e América.
Os cientistas descobriram que havia perfis de resistência oral únicos na boca em comparação com o intestino.
Além disso, embora houvesse menos diversidade de genes de resistência antimicrobiana na boca, esses genes eram mais difundidos nas populações estudadas.
Antibióticos e superbactérias
As bactérias resistentes aos antibióticos estão gerando uma "epidemia silenciosa", provocando infecções graves e difíceis de serem curadas. Até então, os cientistas acreditavam que essas superbactérias se multiplicavam devido ao uso excessivo do medicamento. Mas uma pesquisa da Universidade de Uppsala, na Suécia, mostrou que mesmo baixas concentrações de antibióticos (presentes no ambiente) também podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes.
Publicado em 2018 também no periódico Nature Communications, o estudo mostrou que durante um tratamento com antibióticos, uma alta proporção da dose é excretada na urina, e pode então se espalhar em cursos de água, lagos e solo. Consequentemente, esses ambientes podem conter baixos níveis de antibióticos.
Além disso, em algumas partes do mundo, antibióticos são usados na produção de carne e aquicultura, sendo adicionadas à ração animal para fazer com que os bichos cresçam rapidamente. Isso significa que as bactérias em seus intestinos também estão expostas a baixos níveis de antibióticos por longos períodos e essas bactérias podem, por sua vez, infectar pessoas por meio dos alimentos, por exemplo.
VivaBem no Verão - 2ª edição
O VivaBem está no litoral paulista com o VivaBem no Verão. São dois espaços na Riviera de São Lourenço (Bertioga) com diversas opções de atividades físicas, lazer, cultura e comidas para você curtir o calor com a família ou os amigos. Saiba mais sobre o evento aqui e venha nos visitar!
Data: de 26 de dezembro de 2019 até o dia 09 de fevereiro de 2020, de quinta a domingo
Horário de funcionamento: das 9h até as 13h (praia) e das 17h até a 1h (arena)
Endereço arena: Av. Riviera, s/n, próximo ao shopping
Local do espaço na praia: canto direito da praia de Riviera de São Lourenço
Entrada: gratuita
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.