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Às vezes tenho orgasmos sem ejacular. Isso é normal?

Daniel Navas

Colaboração para o VivaBem

04/02/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Não é normal, mas pode acontecer e tem relação com o homem ter ejaculado várias vezes no mesmo dia
  • Praticantes de sexo tântrico conseguem orgasmos sem ejaculação ao estabelecer um controle do músculo pélvico
  • Também pode ter como causa a ejaculação retrógrada, quando o sêmen é liberado para a bexiga, e não para o meio externo
  • Doenças neurológicas, diabetes descontrolado, alguns medicamentos e traumas na medula podem estar relacionados à ejaculação retrógrada
  • O tratamento dependerá da causa do problema e pode envolver remédios ou cirurgia

Não é normal. Por outro lado, os praticantes de sexo tântrico conseguem orgasmos sem ejaculação ao estabelecer um controle do músculo pélvico. Já em homens que não realizam essa prática, isso pode acontecer e estar relacionado ao fato de o homem ter ejaculado várias vezes no mesmo dia. Por conta disso, a próstata e principalmente as vesículas seminais, que secretam a maior parte dos fluidos que compõem o sêmen, não têm tempo hábil para produzir substâncias e formar novamente seus fluidos. Então, o estoque de sêmen estará praticamente vazio, levando ao chamado "orgasmo seco". De acordo com os urologistas, é difícil apontar quanto tempo o homem precisaria ficar sem ejacular para que o corpo volte a produzir esperma novamente. Mas, geralmente, pode ser necessário entre um a dois dias para que tudo volte à normalidade.

Outro motivo do orgasmo sem a liberação de sêmen pode ser a chamada ejaculação retrógrada. Nessa situação, o sêmen, que deveria ser liberado ao meio externo através da uretra, faz o caminho contrário e vai para a bexiga, sendo mais tarde eliminado juntamente com a urina. Isso acontece porque o colo vesical, que é a saída da bexiga para a uretra, não se fecha durante a ejaculação, fazendo com que o esperma não realize o percurso normal.

Essa falha pode se dar por diversos fatores: doenças neurológicas, como Parkinson ou Alzheimer, diabetes descontrolado, efeito colateral de certos medicamentos, como alfa-bloqueadores —usados para relaxar a próstata e favorecer a micção —, antidepressivos e antipsicóticos e traumas na medula. Cirurgias que envolvem a próstata ou grandes cirurgias abdominais ou pélvicas também podem levar ao quadro.

São diversas as formas de tratamentos para a ejaculação retrógrada. A começar pelo controle das doenças mencionadas, além de suspender e trocar os remédios que estejam causando o problema. Também pode ser indicado medicamentos ou até mesmo cirurgia para fechar o colo vesical. Somente o especialista é capaz de avaliar a melhor opção para cada paciente. Mas é importante ressaltar que o fato de o esperma ir para a bexiga não provoca nenhum mal à saúde, mas prejudica a fertilidade (já que o esperma não chega à vagina da mulher para fecundação) e também causa desconforto psicológico. Por isso, é de extrema importância sempre procurar um urologista.

Fontes: Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo; Emílio Sebe, cirurgião especialista em urologia, rins, próstata, prótese e em cirurgias urológicas, membro do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo e diretor médico da clínica Lifemen; Henrique Rodrigues, urologista, membro titular da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e membro da Associação Americana de Urologia e da Associação Europeia de Urologia; Heloisa Faquineti, biomédica e andrologista; e Jorge Hallak, coordenador do grupo de estudos em saúde masculina do Instituto de Estudos Avançados da USP (Universidade de São Paulo) e diretor médico do Androscience, Centro de Referência em Saúde Reprodutiva e Sexual Masculino, em São Paulo.

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