Hemangiomas e malformações vasculares têm tratamento pouco agressivo
Procedimentos que evitam a necessidade de internações prolongadas já são uma realidade para uma série de problemas, graças aos avanços da medicina intervencionista. Entres eles estão os hemangiomas e as malformações vasculares, que, somados, acometem cerca de 2 milhões de pacientes no Brasil. Infelizmente, ainda há pequena disponibilidade de serviços especializados no país, o que dificulta o tratamento.
Os hemangiomas são tumores benignos da infância e surgem como uma mancha ou uma pequena tumoração de cor vermelho vivo. Eles podem ocorrer em qualquer local do corpo e sua evolução costuma ocorrer sem gravidade, desaparecendo naturalmente em mais da metade dos casos. Quando necessário, o tratamento é clínico, com uso de medicamentos visando acelerar sua eliminação.
Já as malformações vasculares podem ser divididas em lesões de fluxo alto ou baixo — essa diferença se baseia na quantidade de fluxo sanguíneo presente na lesão. Elas são classificadas como benignas e congênitas. Originam-se a partir de vasos como os linfáticos, as artérias e as veias que não se formaram da maneira adequada e atingem 1% da população.
A malformação arteriovenosa, também conhecida pela sigla MAV, representa as lesões de alto fluxo. Elas se caracterizam por vasos de calibre dilatado que fazem a comunicação entre veias e artérias. Podem comprometer a circulação de qualquer parte do corpo, incluindo tórax, abdômen, membros inferiores e superiores, cabeça, pescoço e a medula espinhal.
Nas de baixo fluxo, as veias ou os vasos linfáticos estão envolvidos. De uma forma geral, essas lesões provocam deformidades. Em alguns casos, há dores e sangramentos. "Esse tipo de doença pode afastar a pessoa do convívio social, das atividades escolares e produtivas", diz o cirurgião vascular e radiologista intervencionista José Luiz Orlando, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Devido aos quadros terem uma aparência semelhante, hemangiomas e malformações vasculares podem ser confundidos, o que leva a um tratamento inadequado. "O paciente deve ser encaminhado para centros especializados e com uma equipe multidisciplinar", diz o neurointervencionista Francisco Ramos, do hospital Albert Einstein.
O tratamento varia de acordo com a doença. Ele é realizado por meio de técnicas minimamente invasivas, via cateteres, combinadas com medicamentos denominados agentes embolizantes. "A associação resolve ou controla a doença", explica Ramos. O indivíduo geralmente recebe alta no dia seguinte ao procedimento.
Em muitos casos, é preciso que continue com o tratamento com remédios. "Nosso objetivo é restaurar a qualidade de vida, a inclusão social, a redução de deformidades e controle dos sintomas do paciente", finaliza Ramos.
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