Olhos também envelhecem: cuidado precoce evita problemas na terceira idade
As estruturas oculares sofrem alterações com o passar dos anos assim como o corpo todo. Ou seja, os olhos também envelhecem. É por isso que a maioria das pessoas na terceira idade apresenta algum problema de visão, seja dos mais simples aos mais graves.
Para que o último estágio não ocorra, especialistas recomendam visita frequente ao oftalmologista, principalmente após os 40 anos, é que é nesta idade que começa a ser sentida a perda de foco e, mesmo que não teve a necessidade de usar óculos até então, precisa recorrer a ele.
"Fora isso, existem doenças que aumentam sua frequência após os 60 anos como a catarata, a degeneração macular relacionada à idade e o glaucoma. Às vezes, vejo pacientes nonagenários e até centenários apenas com alterações fisiológicas na visão, sinal de longevidade", diz Marcela Cypel, oftalmologista e colaboradora da disciplina de geriatria e gerontologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que atua no Padi (Programa de Assistência Domiciliar ao Idoso).
Além de o passar dos anos, alguns fatores externos podem acelerar a perda de visão. Fumar, não se proteger dos raios de sol e fatores hereditários são determinantes para a saúde dos olhos. "Alguns medicamentos que têm na composição o cortisona, que se toma via oral ou se usa em colírio, também podem acelerar a degeneração da visão. Por isso o uso tem de ser sempre por recomendação médica", alerta Minoru Fugi, chefe do setor de retina e catarata do Hospital Cema, referência em oftalmologia de São Paulo.
É preciso, portanto, ficar alerta aos primeiros sinais de perda de visão, para que o tratamento seja eficiente.
Entre os principais problemas que aparecem depois dos 60 anos estão:
Catarata
A degeneração causa a opacidade parcial ou total do cristalino, uma espécie de lente do olho, fator que, gradativamente, aumenta a perda de visão. Se isso atrapalha a rotina do paciente é necessário cirurgia —que pode ser a laser— para colocação de uma lente artificial. Já existem estudos para o uso de células-tronco e novos colírios que podem evitar a necessidade de intervenção médica.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)
A doença acomete a mácula, região central da retina, e provoca visão turva. Para identificá-la, além dos sintomas, o oftalmologista costuma pedir mapeamento de retina e tomografia especializada. Uma vez iniciado o tratamento —feito com vitaminas, injeções, terapia fotodinâmica e fotocoagulação com laser—, ele não deve ser cessado sem ordem médica, para não comprometer, de vez, a visão.
Glaucoma
Trata-se de uma doença que causa aumento da pressão ocular, provoca lesões no nervo óptico e comprometimento da visão. Ela pode surgir de fatores hereditários e até diabetes. Para diagnosticá-la, é necessário fazer exames de pressão intraocular e de fundo de olho. Se o glaucoma estiver avançado, causa a perda total de visão.
Diabetes
Doença que afeta 6,9% da população brasileira (13 milhões de pessoas) em razão da pouca produção de insulina ou o uso desordenado dela pelo corpo e pode causar a chamada retinopatia diabética, que compromete a retina e, consequentemente, a visão. Se for portador da doença, quando for ao oftalmologista é necessário avisá-lo.
Ter uma alimentação saudável, que ajuda a controlar principalmente o diabetes, e fazer visitas periódicas ao oftalmologista, além de exames, regularmente, todo ano, são medidas necessárias para evitar diagnóstico irreversível.
"É importante dizer que a visão corresponde a 80% do nosso contato com o mundo, porque é dela que depende a nossa autonomia, inclusive na terceira idade. Por isso a importância em mantê-la em dia", alerta Fugi.
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