10 dos métodos mais usados no Brasil para emagrecer e quais funcionam
Quando o objetivo é reduzir alguns (ou vários) quilos, muitas pessoas tentam de tudo: exercícios, dietas, procedimentos estéticos, receitas caseiras, medicamentos... Mas quais abordagens são realmente eficazes, saudáveis e duradouras e quais são perda de tempo ou podem colocar sua saúde em risco?
Em uma pesquisa por e-mail do programa Vigilante do Peso, 1512 pessoas de todo o Brasil (a grande maioria mulheres) revelaram quais técnicas de emagrecimento já adotaram —responderam ao questionário associados e ex-associados do Vigilantes, assim como pessoas que nunca utilizaram o método. O VivaBem entrevistou especialistas para mostrar a você quais das 10 táticas mais usadas pelos participantes da pesquisa funcionam —as pessoas podiam escolher mais de uma opção, por isso as respostas ultrapassam os 100%.
1. Procedimentos estéticos
- 84% já apostaram em procedimentos estéticos pouco invasivos
São procedimentos não cirúrgicos realizados com finalidade estética —que vão desde injeções e aplicações de materiais estéticos ao uso de tecnologias, como os aparelhos de radiofrequência e criolipólise.
De acordo com Tiago Simão, cirurgião plástico e médico do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, eles são capazes de melhorar a flacidez da pele e até deixar o contorno corporal mais evidente, mas não oferecem emagrecimento efetivo. "Isso porque as técnicas só conseguem atingir a gordura subcutânea, não a visceral, que fica em torno dos órgãos e é perigosa para a saúde. Se o paciente tem alto índice dessa gordura, continuará com sobrepeso ou obeso", explica.
Além disso, mesmo que as técnicas promovam uma melhora na aparência do paciente, se ele continuar comendo alimentos poucos nutritivos e se mantiver sedentário, os resultados devem durar pouco.
2. Acompanhamento com endocrinologista
- 60% já contaram com orientação de um especialista
O profissional pode identificar se o paciente tem uma doença que dificulta o emagrecimento, como o hipotireoidismo ou a deficiência de testosterona em homens. "A maioria dos pacientes que desconfia que tem alguma doença, no entanto, não possui o quadro confirmado por exames", aponta o endocrinologista Roberto Zagury.
Se há a confirmação, o médico pode receitar medicamentos que vão ajudar o paciente, que para emagrecer de forma saudável ainda deve praticar exercícios e seguir uma alimentação equilibrada.
O endocrinologista também é capacitado para identificar condições que sejam consequência do sobrepeso, como diabetes e hipertensão. Além disso, é o profissional que avalia e recomenda a cirurgia bariátrica, quando necessária.
3. Remédios para ansiedade
- 57% já utilizaram medicação
A ansiedade pode, sim, levar a um ganho excessivo de peso, já que muitas pessoas com o transtorno encaram o ato de comer como um escape para os sintomas. Os medicamentos ajudam a amenizá-los, o que naturalmente leva a uma diminuição na ingestão de comida. No entanto, Luiz Sperry, psiquiatra e blogueiro de VivaBem, aponta que é necessário um diagnóstico clínico antes de usar qualquer remédio. "Muitas pessoas tomam o medicamento sem sofrer de quadros que o justificam, esperando perder peso de qualquer forma", aponta.
Além dos medicamentos, Sperry aponta que é importante que a pessoa que sofre de ansiedade —ou mesmo com os sintomas, sem diagnóstico clínico — passe por acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra."Para a compulsão alimentar, o tratamento também pode envolver um profissional de nutrição que, além de um cardápio saudável, vai estabelecer técnicas comportamentais relacionadas à alimentação", esclarece.
4. Reeducação alimentar
- 43% já receberam ajuda de um nutricionista para mudar efetivamente os hábitos
Guiada por um nutricionista, a reeducação alimentar —considerada um dos métodos mais eficientes de perda de peso — ajuda o paciente a entender os benefícios de fazer melhores escolhas nutricionais, não só para o emagrecimento, mas para saúde e qualidade de vida.
"A pessoa entende que não precisa restringir radicalmente os alimentos, apenas aprender a fazer boas escolhas em determinados momentos", aponta Matheus Motta, nutricionista do método Vigilantes do Peso.
5. Dietas restritivas
- 41% já apostaram em um plano desse tipo com a ajuda de um nutricionista
- 39% já adotaram dietas restritivas sem orientação profissional
O nutricionista aponta que, para ser uma abordagem de sucesso, a dieta com restrições calóricas ou de certos grupos alimentares deve acompanhada por um nutricionista. "Isso porque o cardápio deve ser montado de acordo com as características do paciente, sem prejudicar a ingestão diária de nutrientes essenciais para a saúde. Quando é feito pelo próprio indivíduo, há grandes chances de efeito sanfona", esclarece. Isso porque, a tendência é que, após restringir um grupo de alimentos (carboidratos, por exemplo), a pessoa perca o controle e exagere ao voltar a consumi-lo —recuperando todo o peso perdido e até mais.
6. Cirurgias e intervenções
- 24% já fizeram cirurgia bariátrica ou outra intervenção médica
De acordo com o Ministério da Saúde, a cirurgia bariátrica é indicada para:
- Pessoas que apresentam um IMC igual ou maior a 50 (kg/m²);
- Pessoas que apresentam IMC maior ou igual a 40 (kg/m²), com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos;
- Pessoas com IMC maior ou igual a 35 (kg/m²) e com comorbidades, tais como grupos de alto risco cardiovascular, diabetes mellitus e/ou hipertensão arterial, apneia do sono, doenças articulares degenerativas, sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos.
Conforme aponta Caetano Marchesini, presidente eleito da SBCBM, o paciente precisa compreender que fazer a operação é uma decisão para a vida inteira e, quando associada a mudanças de hábitos alimentares e de atividade física, representa a cura para uma doença, a obesidade. Por isso mesmo, passa longe de ser um tratamento estético ou uma solução mágica.
Os cuidados pré e pós-cirúrgicos incluem apoio nutricional, psicológico e psiquiátrico —caso seja necessário —, além de um acompanhamento multidisciplinar permanente e anual para que a pessoa permaneça saudável e bem longe dos antigos hábitos.*
7. Laxantes
- 19% dos entrevistados fizeram uso do medicamento
O uso excessivo e desnecessário dessas drogas compromete a absorção intestinal de nutrientes importantes, prejudicando o estado nutricional e as funções orgânicas essenciais, de acordo com Paola Machado, mestre em ciências da saúde, doutoranda em nutrição pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e colunista do VivaBem.
"Se você usar laxantes para perda de peso, até pode se pesar depois e ver o número na balança reduzir. Porém, a única coisa que, de fato, está perdendo é água. Pouca ou nenhuma gordura é perdida com laxantes", explica Machado.*
8. Reeducação alimentar e treinos
- 17% contaram com a ajuda de um nutricionista para mudar o cardápio e investiram em exercícios
Para Motta, a junção dos métodos é uma das melhores formas de conseguir resultados rápidos e consistentes. "A obesidade e o sobrepeso são quadros que não têm apenas uma causa. Fatores genéticos, psicológicos e de estilo de vida podem influenciar. Quando você tem um tratamento conjunto, os resultados podem ser melhores", explica.
9. Jejum intermitente
- 13% apostaram no método
A eficácia da técnica não é consenso entre todos os profissionais da área de nutrição e existem estudos que apontam tanto os benefícios quanto os malefícios da abordagem para o emagrecimento e saúde geral.
Os defensores do método acreditam que, para que o jejum seja efetivo para a perda de peso, os alimentos consumidos durante as "janelas de alimentação" (momentos em que os pacientes comem) devem ter alto valor nutricional. Entenda como fazer os tipos mais comuns de jejum intermitente.
O jejum é uma prática milenar segura. No entanto, por se tratar de uma restrição, algumas pessoas não conseguem seguir o método por um longo prazo e, ao abandoná-lo, voltam a comer exageradamente e acabam engordando.
10. Rotina de exercícios físicos sem mudar a dieta
- 4% dos participantes afirmaram praticar muitos exercícios sem mudar a alimentação
O sucesso desta abordagem depende do organismo de cada pessoa, além dos tipos e quantidade de alimentos que consome. "Alimentos ricos em açúcar e gordura saturada, por exemplo, aumentam o risco de doenças como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, mesmo com o aumento da prática de atividade física", aponta o nutricionista Matheus Motta.
É importante saber que, sem mudança na alimentação, o exercício é um método pouco eficiente para emagrecer. Após um treino, nosso corpo usa diversas ferramentas para aumentar a fome e fazer com que você "recupere" as calorias perdidas —o que deve ser feito com alimentos certos, para não ingerir mais calorias do que "queimou" na atividade física e engordar.
*Com informações das reportagens de Gabriela Ingrid, publicada em 05/09/2018 e de Vivian Ortiz, publicada em 07/11/2016.
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