Falta de exercícios na adolescência prenuncia depressão na vida adulta
Um estudo publicado no periódico The Lancet na terça-feira (11) encontrou associações entre atividade física, comportamento sedentário e sintomas depressivos em adolescentes.
Os pesquisadores da University College London descobriram que jovens de 12 a 16 anos que têm níveis altos de sedentarismo apresentaram um aumento de 8 a 11% nos riscos de ter depressão aos 18 anos ou mais. Exemplos de comportamento sedentário incluem navegar na web, tempo de tela em smartphones, jogar videogame, assistir televisão e ler.
A manutenção dos níveis de atividades físicas, entretanto, reduziu os sintomas depressivos. Já jovens que praticavam atividade moderada a alta com regularidade apresentaram escores mais baixos do transtorno mental.
No estudo, os autores explicaram que a atividade física pode influenciar os sintomas depressivos por meio de uma "variedade de mecanismos psicossociais e biológicos, como estimular a neuroplasticidade nas regiões cerebrais implicadas na depressão, reduzir a inflamação ou promover a autoestima".
Como o estudo foi feito
- O estudo analisou 14.901 adolescentes por seis anos. Foram avaliados a cada dois anos informações sobre atividades físicas, que foram categorizadas como sedentárias, leves e moderadas a vigorosas. Os participantes usaram acelerômetros nos quadris por sete dias de cada vez para medir a quantidade e a intensidade de sua atividade física.
- Sintomas depressivos também foram analisados a cada dois anos até que eles fizessem 18 anos.
- Ao final da pesquisa, 4.257 jovens tiveram depressão aos 18 anos.
- Os resultados também mostraram que o comportamento sedentário aumentou e a atividade leve diminuiu ao longo da adolescência, por motivos desconhecidos, os quais levaram a sintomas depressivos aos 18 anos ou mais.
- Quanto maior o tempo gasto com comportamentos sedentários ou praticando atividade leve, maiores eram os escores de depressão.
Exercício e prevenção
Os cientistas afirmam que o exercício regular pode proteger o desenvolvimento da depressão. Em novembro do ano passado, um estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelou que, no Brasil, 84% de jovens entre 11 e 17 anos não praticam uma hora diária de atividade física, conforme recomendação do órgão.
"É necessário adotar medidas regulatórias urgentes para aumentar a atividade física e, em particular, promover e manter a participação das meninas", diz Regina Guthold (OMS), autora do estudo.
Os dados do estudo atual sugeriram que uma redução de 2 horas no comportamento sedentário diário estava associada a uma redução de 16 a 22% nos escores de depressão aos 18 anos. "Para jovens com sintomas depressivos subclínicos, uma redução dessa magnitude pode ter um impacto substancial", concluíram os autores.
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