Pesquisadores criam sistema para melhorar tratamento de tuberculose
Cerca de 70 mil novos casos de tuberculose ocorrem no Brasil por ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Nos últimos 50 anos, o tratamento pouco mudou - ainda é medicamentoso e há pacientes que tomem vários remédios diariamente por pelo menos seis meses.
Agora, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine e quatro instituições médicas colaboradoras desenvolveram o que acreditam ser um meio de melhorar o tratamento da tuberculose.
O sistema criado pelos cientistas adapta duas tecnologias de imagem amplamente usadas para rastrear se um medicamento contra a doença está atingindo a área infectada realmente atinge as áreas onde as bactérias estão aninhadas.
De acordo com o estudo publicado no periódico científico Nature Medicine, a técnica incorpora a PET (tomografia por emissão de pósitrons) e TC (tomografia computadorizada) para medir de forma não invasiva a eficácia da rifampicina, um medicamento importante no combate à doença.
Testes em humanos
Na nova pesquisa, os cientistas analisaram pela primeira vez como a ferramenta dinâmica de tomografias funcionava em humanos.
- A técnica monitorou os níveis de rifampicina administrados a 12 pacientes com tuberculose.
- Os participantes receberam uma microdose injetada de 11C-rifampicina, que foi rastreada pelo PET para determinar a concentração do medicamento ao longo do tempo em lesões causadas pela doença nos pulmões e em outras áreas, como cérebro e fígado.
- Após o primeiro medicamento, os pacientes receberam, por via intravenosa, o nível de dosagem recomendado para o tratamento. O sangue deles foi coletado em vários momentos e os níveis de rifampicina foram medidos para apontar com precisão o comportamento da dosagem clínica tradicional.
- Os dados revelaram que a quantidade de captação do remédio era menor nas paredes das lesões e cavidades pulmonares causadas pela tuberculose, menos da metade do que foi observado nos tecidos pulmonares não infectados.
Segundo o time de pesquisadores, a informação é reveladora, já que as lesões e as cáries são os locais conhecidos por terem as maiores populações de bactérias nos pacientes com tuberculose.
A equipe aponta que a esperança é que o sistema diminua o tempo de tratamento dos pacientes, já que as tomografias podem ajudar médicos a checar quanto a rifampicina está atingindo as bactérias ao longo do tempo e, em seguida, usar os dados para fazer alterações necessárias na terapia, como aumentar doses da droga.
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