Coronavírus: quem deve fazer isolamento domiciliar e quais cuidados tomar
Com o número de brasileiros infectados pelo coronavírus (que causa a doença covid-19) aumentando todos os dias — uma das medidas preventivas para impedir um número ainda maior de doentes é o isolamento domiciliar, tanto para quem esteve perto de alguém com a suspeita quanto para quem já teve o diagnóstico confirmado.
De acordo com Raquel Muarrek, infectologista do Hospital São Luís Morumbi e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, ambos em São Paulo, por conta dos casos com sintomas leves serem a maioria, a recomendação mais comum é que os pacientes não fiquem internados em hospitais, mas reclusos em suas próprias casas, monitorando os sinais.
"A medida é igualmente importante para aqueles que ainda não apresentam sintomas, mas estiveram perto de alguém que pode estar contaminado. Dessa forma, evita-se uma contaminação cruzada e pode resultar em menos pessoas doentes", explica.
Medidas de segurança no isolamento domiciliar
De acordo com publicação da OMS (Organização Mundial de Saúde), pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus com sinais e sintomas que permitam assistência domiciliar devem seguir as seguintes recomendações:
1. Manter o paciente em quarto individual bem ventilado. Caso não seja possível manter em quarto privativo, manter a distância de pelo menos um metro da pessoa doente.
2. Limitar o número de cuidadores e não receber visitas.
3. Limitar a circulação do paciente e verificar se ambientes compartilhados, como cozinha e banheiro, são bem ventilados (manter as janelas abertas).
4. O cuidador deve usar máscara cirúrgica bem ajustada ao rosto quando estiver na mesma sala e durante a manipulação da pessoa doente. As máscaras não devem ser tocadas ou manuseadas durante o uso. Se a máscara ficar molhada ou suja com secreções, deve ser trocada imediatamente.
5. Descartar a máscara cirúrgica imediatamente após o uso e realizar a higiene das mãos com água e sabonete ou álcool gel após a remoção da máscara.
6. Ao lavar as mãos com água e sabonete, utilizar, preferencialmente, toalhas de papel descartáveis para secar as mãos. Caso toalhas de papel descartáveis não estejam disponíveis, usar toalhas de pano e trocar quando ficarem molhadas.
7. Etiqueta respiratória deve ser praticada por todos. Cobrir a boca e o nariz durante a tosse e espirros usando máscara cirúrgica, lenços de papel ou cotovelo flexionado, seguido de higiene das mãos.
8. Descartar os materiais usados para cobrir a boca e o nariz imediatamente após o uso.
9. Evitar o contato direto com fluidos corporais, principalmente os orais, ou secreções respiratórias e fezes. Usar luvas descartáveis para fornecer cuidados orais ou respiratórios e quando manipular fezes, urina e resíduos. Realizar a higiene das mãos antes e depois da remoção das luvas.
10. Luvas, máscaras e outros resíduos gerados pelo paciente ou durante os cuidados com o paciente devem ser colocadas em lixeira com saco de lixo no quarto da pessoa doente antes do descarte com outros resíduos domésticos.
11. Evitar o compartilhamento de escovas de dente, talheres, pratos, bebidas, toalhas ou roupas de cama.
12. Talheres e pratos devem ser limpos com água e sabão ou detergente comum após o uso e podem ser reutilizados.
13. Limpar e desinfetar as superfícies frequentemente tocadas, como mesas de cabeceira, quadros de cama e outros móveis do quarto do paciente diariamente com desinfetante doméstico comum.
14. Limpar e desinfetar as superfícies do banheiro pelo menos uma vez ao dia com desinfetante doméstico comum.
15. Roupas limpas e sujas, roupas de cama, toalhas de banho e de mão do paciente devem ser lavadas com água e sabão comum. Evitar agitar a roupa suja.
16. Usar luvas descartáveis e roupas de proteção (por exemplo, aventais de plástico) ao limpar ou manusear superfícies, roupas ou superfícies com fluidos corporais. Retirar o avental antes da remoção das luvas e realizar higiene das mãos imediatamente depois.
17. Os pacientes devem permanecer em casa até a resolução completa dos sinais e sintomas.
18. Considerando as evidências limitadas de transmissão pessoa a pessoa, indivíduos que podem ter sido expostos a casos suspeitos de infecção por nCoV (incluindo cuidadores e trabalhadores de saúde) devem ser aconselhados a monitorar sua saúde por 14 dias, a partir do último dia do possível contato, e procurar atendimento médico imediato se desenvolver quaisquer sintomas, particularmente, febre, tosse ou falta de ar.
19. Contatos sintomáticos devem entrar em contato com o serviço de saúde informando sua chegada e durante o transporte até a unidade de saúde usar máscara cirúrgica o tempo todo e evitar utilizar transporte público. É aconselhado chamar uma ambulância ou utilizar veículo privado com boa ventilação.
E quem cuida de crianças ou precisa trabalhar?
Mesmo que a pessoa não esteja sofrendo com os sintomas, a recomendação é clara: para evitar um maior número de contaminados, o indivíduo doente ou em quarentena pelo contato com alguém que tenha a suspeita deve evitar o contato com outras pessoas.
A orientação é explicar as pessoas ao seu redor, incluindo seu empregador, sobre a importância do isolamento para reduzir o risco de espalhar a infecção e pedir ajuda à família e aos amigos para manter as atividades e cuidados das crianças, assim como o abastecimento de alimentos na casa.
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