Novo medicamento melhora qualidade de vida de pacientes com Parkinson
Resumo da notícia
- Nova medicação foi testada com sucesso para reduzir efeitos colaterais de medicamento que trata pacientes com Parkinson
- O estudo ainda é pequeno e feito em animais, mas os cientistas pretendem iniciar os testes clínicos no fim de 2020
Um pequeno estudo feito pela Universidade King's College London em parceria com a empresa americana Neurolixis trouxe esperança para o tratamento de pacientes com Parkinson.
A pesquisa analisa os efeitos de uma nova medicação, batizada de NLX-112, para quem sofre com discinesia — o termo médico para descrever movimentos musculares anormais ou involuntários que afetam diversas partes do corpo e tornam quase impossível levar uma vida normal.
O problema é um efeito colateral comum em pacientes de Parkinson que tomam medicamentos derivados de levodopa por muitos anos — estima-se que metade deles terá discinesia após apenas cinco anos ingerindo o medicamento, enquanto cerca de 80% apresentará o quadro após 10 anos de medicação. O principal remédio para controlar o quadro é chamado de amantadine, mas este possui diversos efeitos colaterais e nem sempre funciona.
Embora seja hoje o principal medicamento no tratamento para Parkinson, o levodopa acaba levando alguns neurônios serotoninérgicos a liberarem dopamina de forma errática no organismo, provocando a discinesia. Reduzir a atividade desses neurônios, portanto, reduziria também o problema.
Os resultados do estudo foram publicados no periódico Neuropharmacology.
Como o estudo foi feito?
- Os cientistas testaram a NLX-112 em oito saguis comuns (Callithrix jacchus) com sintomas de Parkinson e que haviam desenvolvido a discinesia após o tratamento feito com levodopa, exatamente como acontece com humanos;
- Eles analisaram então tanto os efeitos do medicamento sozinho como a interação com o levodopa;
- O resultado mostrou que a NLX-112 reduziu significativamente os sintomas da discinesia sem interferir na eficácia do levodopa;
- Quando administrada sozinha (sem o levodopa), a medicação mostrou-se eficaz para melhorar os problemas de movimento dos indivíduos.
Por que isso é importante?
Uma das características mais conhecidas do Parkinson (mas não a única e nem sempre presente) são os tremores involuntários nos membros superiores provocados pela diminuição da dopamina (um neurotransmissor) na área responsável pelo controle voluntários de movimentos do nosso corpo.
A principal linha de tratamento, então, é repor essa dopamina. Esse é o papel de medicamentos como o levodopa; no entanto, seu uso contínuo pode provocar uma discinesia "medicamentosa", reduzindo a qualidade de vida do paciente — que continua apresentando dificuldades motoras.
A NLX-112, portanto, surge como uma substância que não apenas reduz a discinesia (um problema que pode aparecer sem ligação com Parkinson) como também melhora os sintomas motores de quem sofre com a doença degenerativa.
Os cientistas pretendem iniciar os testes clínicos em humanos no final de 2020.
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