Coronavírus: o que fazer se quem mora comigo não adota o isolamento social?
Quem acompanha as notícias diariamente já entendeu o recado: no Brasil, o momento atual pede que a maior parte possível da população fique em casa para evitar uma disseminação ainda maior do novo coronavírus. Mas há quem ainda precisa trabalhar fora todos os dias, cumprir outros tipos de tarefas na rua e até quem não levou a sério a recomendação e acha que tudo bem continuar indo ao bar com os amigos.
Mas o que fazer se você respeita a recomendação, mas quem mora com você —por escolha ou necessidade— não?
Não há como negar que quem não faz o isolamento domiciliar e leva uma vida normal está trazendo o risco de infecção pelo vírus para todos que ficam na casa. "Você provavelmente já sabe que, para evitar, deve ficar distante e não compartilhar objetos. Mas, na prática, é mais difícil, especialmente se tratando de pessoas bem próximas, como casais. É uma decisão a ser tomada pela pessoa", aponta Paulo Olzon, clínico e infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
E se este é o seu caso, é importante estar atento ao desenvolvimento de sintomas em todos os moradores da casa. "Se alguém apresenta sinais como febre, tosse, dor de garganta e dor no corpo, deve-se procurar um serviço de saúde para fazer o teste e se isolar", explica Mirian Dal Ben, infectologista do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Mesmo sem a confirmação, se uma pessoa da convivência próxima apresenta a suspeita, todas as outras também devem permanecer em casa, sem contato com terceiros, já que podem estar infectadas sem apresentar sintomas.
A importância do isolamento domiciliar voluntário
Muitos especialistas defendem que é hora de adotar o isolamento para quem tem a opção de ficar em casa. É o caso do virologista e professor no Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo) Paolo Zanotto, que declarou em um artigo publicado na quinta-feira (12) na Folha de S. Paulo que é "prudente assumir um risco elevado" o quanto antes.
Para evitar um número grande de mortos pelo vírus, ele sugere um regime de isolamento amplo, ou seja, que escolas sejam fechadas e que pessoas trabalhem de casa e evitem sair na rua.
Segundo Zanotto, intervenções como essa antes do crescimento exponencial da doença foram responsáveis pelo comportamento ascendente moderado da covid-19 em Singapura, Japão e Hong Kong. Além disso, a medida impediu a saturação do sistema hospitalar.
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