Coronavírus: "Não sei de onde tiro ar", diz asmática com sintomas da doença
Em meio à ansiedade em relação às notícias sobre o novo coronavírus, a rotina dos brasileiros está mudando. Muitos pacientes que estão no grupo de risco (diabéticos, asmáticos, hipertensos e fumantes, além de idosos) redobraram os cuidados para tentar se prevenir da covid-19 e evitar problemas graves.
É o caso da estagiária Aline Cristina da Silva, 24, que foi diagnosticada com asma em 2017 e teve alguns sintomas na semana passada. "Comecei a ter muita tosse, tosse seca, e dificuldade para respirar. Você não sabe de onde tira o ar", conta.
Ela conta que segue monitorando os sintomas e, por enquanto, por não ter apresentado febre, está em isolamento em casa desde o início da semana. "A empresa liberou o home office para todos, mas eu já havia pedido antes mesmo, porque sei que estou no grupo de risco e tenho muito medo", conta. Ela explica que uma pessoa de seu trabalho estava sob suspeita de ter sido contaminada pelo vírus.
A situação é ainda mais preocupante já que a estudante mora com familiares que também estão no grupo de risco. "Minha mãe tem asma e apresenta crises com frequência, pelo menos uma vez por mês. Além disso, meu pai tem diabetes e eu moro com meu avô, que é idoso."
Diante de um cenário em que precisa de mais cuidados, Aline segue no isolamento domiciliar e levando informação à família. "Minha mãe também teve alguns dos sintomas e agora está se recuperando aos poucos. Mas chegou a ficar com muita dor de cabeça e dificuldade para respirar", afirma.
Assim como Aline, outros pacientes do grupo apresentaram alguns sintomas do coronavírus e seguem preocupados e tomando diversos cuidados para não se contaminar. O VivaBem conversou com outras três pessoas, incluindo a mãe de Aline, para saber quais medidas estão tomando para tentar driblar a doença.
"Passei a noite inteira tossindo"
Elaine Cristina da Silva, 43, dona de casa
"Comecei com muitas dores de cabeça, dor no corpo e fraqueza na semana passada. Não sei se era psicológico ou uma gripe bem forte, mas fiquei mal, tossindo a noite inteira. Como tenho asma e sempre sofro crises, fiquei bem apreensiva.
Agora, estou melhorando aos poucos e tentando voltar a fazer algumas coisas em casa, mas sigo no isolamento. Só não fui ao hospital porque não tive febre e estou tentando ao máximo me cuidar. Antes mesmo de ter apresentado qualquer tipo de sintoma, como sempre ia na igreja, comecei a evitar cumprimentar as pessoas, abraçar e ficar muito próximo".
"Minha filha tem imunidade baixa e cardiopatia congênita"
Rosangêla Cafazzo, mãe de Fernanda Cafazzo, 21
"Minha filha tem síndrome de Down e a imunidade comprometida. Além disso, sofre com uma cardiopatia congênita e tem um canal arterial aberto. Como ela não entende muito o que está acontecendo e está apreensiva, desde a semana passada deixei-a em casa. Foi necessário porque ela sempre ficava resfriada, com muita frequência, e acho que assim ela estava mais em risco.
Sempre tive muitos cuidados, seguia todas as orientações médicas possíveis e agora estou mais atenta. Mas a situação está bem estressante, já que ela é bem comunicativa e está estranhando ficar tantos dias em casa".
"Tenho diabetes e asma. Estou com medo"
Edilson Cruz, 59, aposentado
"Sou diabético há 15 anos e faço uso de medicamentos contínuos. Além disso, sofro com asma crônica, que foi diagnosticada tardiamente. Sempre tenho desconforto respiratório e tomo remédios na hora certa.
Até semana passada, não estava tão preocupado. Mas minhas filhas e esposa me explicaram que é perigoso para mim e que preciso me cuidar. Não posso bobear porque a coisa é grave. Agora estou preocupado e com medo, sim. Estou evitando sair e sempre que posso lavo bem as mãos e passo álcool em gel".
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