Ele e mais 5 familiares se infectaram: "Ao menos passamos por isso juntos"
Há algumas semanas, quando a pandemia do coronavírus ainda não era o principal assunto de todos os noticiários, Nicolas Batagini, 25, não imaginou que o irmão estivesse com covid-19 quando o viu apresentar sinais de gripe.
"Ele tem 23 anos e começou a ter dores de garganta e de cabeça há algumas semanas, uns cinco dias após voltar de um cruzeiro em Miami", conta. Sem pensar que também pudesse estar infectado, Nicolas continuou a ter uma rotina social e chegou a ir em uma balada com amigos em São Paulo.
Quando notou os primeiros sinais da doença, seu pai, que tem 47 anos, já tinha sintomas fortes, o que os fez procurar ajuda médica.
"Ele teve dor nas costas, tosse forte com catarro, coriza, indisposição e diarreia. Quando a médica o examinou, disse que a suspeita era forte e pediu para que a família toda ficasse em quarentena", conta Nicolas, que fez o teste ao lado do pai no Hospital São Luiz, em São Paulo, pagando cerca de R$ 500 pelos dois exames.
Quarentena em família
Três dias depois, os resultados positivos chegaram. A mãe, que é diabética e faz parte do grupo de risco da doença, também apresentou sintomas, mas foram mais leves. Assim como o filho mais novo, de 19 anos, o único que não apresentou nenhum sinal, ela não chegou a fazer o teste. "Acreditamos que eles também estejam infectados, e como convivemos juntos todos os dias, também precisa ficar em isolamento", conta Nicolas.
Hoje, os cinco estão isolados na casa da família no interior de São Paulo. "Já é ruim não poder sair, mas pelo menos passamos por isso juntos. Um faz companhia para o outro e todos ajudam nas tarefas de casa", diz.
Apesar de os piores sintomas já terem passado, Nicolas se preocupa com o futuro incerto. "Os médicos não sabem se podemos ser infectados com coronavírus novamente e, por isso, os cuidados devem continuar quando estivermos bem."
Para a família, que tem uma concessionária náutica, as consequências econômicas causadas pelo vírus também preocupam. "Tentamos não ficar tão focados nas notícias e ocupamos a mente com livros, séries e tempo ao ar livre, no jardim da casa", explica.
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