Pesquisadores desenvolvem método para descontaminar máscaras de proteção
Pesquisadores da Duke University, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método para descontaminar as máscaras do tipo N-95. O modelo é o recomendado para ser utilizado pelos profissionais da saúde que estão cuidando de pacientes com o novo coronavírus por ter capacidade de filtrar o ar, protegendo de partículas aerossóis (comumente eliminadas em processos como intubação).
No entanto, o aumento dos casos fez com que o acessório se tornasse item escasso não só para os profissionais brasileiros como para médicos e enfermeiras no mundo todo.
Para evitar que as máscaras sejam utilizadas por um tempo maior do que o recomendado ou mesmo sejam reutilizadas (em caso de necessidade extrema, mas que colocaria a segurança dos profissionais em risco), pesquisadores da Duke Regional Biocontainment Laboratory desenvolveram um protocolo para descontaminar essas máscaras de forma segura e sem inutilizá-las.
Os pesquisadores utilizaram peróxido de hidrogênio para matar patógenos contaminantes que acabam impregnando o acessório após o uso. De acordo com diretor emérito do Duke Occupational & Environmental Safety Office, Wayne Thomann, o método é usado há muito tempo para descontaminar material de laboratório, mas eles nunca pensaram que fosse necessário fazer o mesmo com máscaras.
Embora seja necessário um equipamento especial para fazer o procedimento, eles conseguiram descontaminar as máscaras também dentro do hospital Duke Health e acreditam que ele pode ser feito em outros hospitais também. O protocolo já foi colocado on-line para que outras entidades possam fazer o mesmo.
Antes de serem redistribuídas, as máscaras são inspecionadas para garantir que não há furos e estejam ainda com sua forma original.
Recomendação oficial é de descarte após o uso
No Brasil, a recomendação dos órgãos oficiais é de utilizar as máscaras por até duas horas, no máximo. Após esse período, elas devem ser descartadas.
Recentemente, no entanto, temendo a escassez do produto, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomendou aos profissionais que, se necessário, reutilizassem as máscaras N-95 utilizando uma máscara cirúrgica comum por cima.
Em nota técnica posterior, a Anvisa não recomenda a prática, "pois além de não garantir proteção de filtração ou de contaminação, também pode levar ao desperdício de mais um EPI [equipamento de proteção individual], o que pode ser muito prejudicial em um cenário de escassez", diz o documento.
No entanto, o próprio órgão afirma que, excepcionalmente, "em situações de carência de insumos e para atender a demanda da epidemia da covid-19, a máscara N-95 ou equivalente poderá ser reutilizada pelo mesmo profissional", desde que ela tenha sido retirada de forma a minimizar a contaminação.
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