Casos assintomáticos são perigosos na pandemia, alerta Marilda Siqueira
Os casos assintomáticos são vetores importantes no contágio do novo coronavírus. A questão foi uma das discussões de hoje no programa UOL Debate.
A edição reuniu Drauzio Varella, médico e escritor; Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; Ester Sabino, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP; Paulo Chapchap, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês; e Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. Nesta quinta-feira, a discussão girou em torno o momento que vivemos da pandemia.
Para Marilda Siqueira, os casos assintomáticos não estão isentos de perigo em meio à pandemia. "Parece que os assintomáticos excretam uma quantidade menor de vírus. No entanto, foi publicado um estudo relatando que vários assintomáticos têm carga viral bastante alta, e que teriam um papel importante na transmissibilidade", disse.
Para ela, o cenário do novo coronavírus é diferente do apresentado anteriormente por vírus semelhantes, como ocorreu com a Sars, em 2003. E ele pode ter vindo para ficar — e para infectar todo mundo.
"Quando esse coronavírus começou a circular, tínhamos a esperança de que pudesse ser como o da Sars de 2003, que desapareceu. Sars significa um vírus da família coronavírus que causa uma síndrome respiratória aguda grave. Tivemos esse vírus da mesma família circulando na Ásia e no Canadá, em 2003. Mas depois de alguns meses, deixou de circular", lembrou.
"Agora, logo no início, em 2020, tinha uma esperança de que o novo coronavírus ia ficar na China e não ia se espalhar. Na realidade, está com uma apresentação totalmente diferente. Muito provavelmente chegou para ficar. Todos vamos nos infectar, mas a questão é quando", acrescentou.
"Uma questão importante é o ministério (da Saúde) falando de ficar em casa, pelo achatamento da curva. Para os grupos de mais riscos, podemos não nos infectar esse ano, ninguém sabe como vai ser a sazonalidade dele, se vai ser sempre na mesma época do ano ou se vai ser pingadinho, sempre circulando. O importante é o avanço científico para que consigamos rápido — em um ano, um ano e meio — a vacina para protegermos a população", completou.
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