Molécula de esponja marinha inibe crescimento de câncer de colo do útero
Cientistas dos EUA, da Indonésia e da Malásia descobriram que a molécula manzanina A, produzida por uma esponja marinha encontrada na Baía de Manado, na Indonésia, é capaz de interromper o crescimento de células cancerígenas no colo do útero.
Os resultados do estudo foram publicados no Journal of Natural Products e, segundo os pesquisadores, podem abrir portas para a criação de novos tratamentos para a doença. "Os produtos naturais levaram ao desenvolvimento de grande parte de nossas terapias com antibióticos, anticâncer e para controle da dor", explicou Mark T. Hamann, professor do Departamento de Descoberta de Drogas e Ciências Biomédicas da Universidade Médica da Carolina do Sul e um dos autores do trabalho científico.
Em estudos anteriores, o grupo de pesquisa de Hamann já havia identificado que compostos derivados de esponjas marinhas são eficazes contra células de câncer de pele melanoma, câncer de próstata e de pâncreas. A manzamina A também já se mostrou eficaz contra o parasita responsável pela malária, curando roedores com uma única dose.
Como foi feita a pesquisa
- Os cientistas examinaram a capacidade da manzanina A em inibir o crescimento e provocar a morte de células de diferentes linhas de câncer cervical.
- A substância foi capaz de inibir o aumento dessas células e causou a morte de algumas delas.
- A manzanina A não teve o mesmo efeito em células normais não cancerosas.
"Esta é uma nova aplicação altamente empolgante para uma molécula que anteriormente mostrou um potencial significativo para o controle da malária e tem boas propriedades semelhantes às drogas", disse Hamann. Obviamente, os resultados ainda são muito preliminares e o próximo passo é avançar com pesquisas para identificar se a manzanina A tem eficácia clínica.
Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 16.500 mulheres terão câncer de colo de útero no Brasil em 2020. Excluindo o câncer de pele, esse é o terceiro tipo de tumor maligno mais comum entre a população feminina, atrás do câncer de mama e do câncer colorretal; e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país.
A doença é provocada pelo HPV (papilomavírus humano), transmitido no sexo sem proteção. As principais formas de prevenir o problema são a vacinação (oferecida pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), o uso de camisinha nas relações sexuais e a realização de exame preventivo (Papanicolau) regularmente após os 25 anos.
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