Coronavírus: salões de beleza burlam regras e abrem em SP; quais os riscos?
Na semana passada, o governador de São Paulo João Doria (PSDB) prorrogou a quarentena no estado até o dia 10 de maio devido a pandemia de coronavírus (SARS-Cov-2). Isso significa que serviços e estabelecimentos, que não são considerados essenciais, devem continuar fechados.
Embora a recomendação seja válida para o estado inteiro, alguns comércios não estão seguindo as normas. É o caso de salões de beleza que, mesmo com o decreto estadual, atendem os clientes, para tentar ter algum tipo de renda e faturamento.
A reportagem de VivaBem verificou que diversos salões ainda estão funcionando, mesmo com poucos clientes. Em um espaço no bairro do Ipiranga, na zona sul, por exemplo, o proprietário atende uma pessoa por dia, para serviços que vão desde mechas até progressiva. O agendamento pode ser feito via rede social ou Whatsapp.
Mesmo abrindo, o cliente não vem
Em um outro estabelecimento na zona leste de São Paulo, os atendimentos são feitos com horário agendado, durante três dias na semana. "Estamos fazendo tudo, limpando o todo tempo. E mesmo abrindo, o cliente não vem. Está com medo", disse a dona que preferiu não se identificar. Ela relata ainda que, desde que a quarentena começou no estado, o faturamento já caiu cerca de 85%.
Já em um outro local no centro da capital paulista, o cabelereiro Leandro Avila* optou por abrir o salão nessa semana porque não está recebendo ajuda financeira de nenhum lugar. "O motivo de nos arriscar é pelo fato de não termos renda alguma para nos manter. Pagamos aluguéis, contas e não temos de onde tirar esses valores. O governo está disponibilizando uma ajuda, mas até agora não recebi e não podemos ficar parados", afirma.
Riscos aos clientes e profissionais
Segundo Igor Marinho, infectologista do Hospital das Clínicas e coordenador médico do hospital AACD, abrir salões de beleza pode aumentar os riscos de contaminação entre os proprietários e clientes.
O especialista reforça ainda que todos esses estabelecimentos que não são considerados essenciais devem permanecer fechados até uma nova ordem. "O risco existe sim. A principal questão é a circulação das pessoas, já que isso significa uma exposição aumentada", reforça.
Além disso, mesmo que o profissional e o cliente usem máscaras, não é garantia, segundo o infectologista. "Em locais com muita umidade, onde as pessoas lavam o cabelo e até fazem progressiva, o acessório pode perder a capacidade de filtração e não proteger mais o indivíduo", finaliza.
Vale lembrar que a abertura de qualquer estabelecimento que não seja autorizado pelo governo estadual é considerada ilegal e ainda pode acarretar multa. Em São Paulo, a quarentena deve permanecer, pelo menos, até o dia 10 de Maio. Alguns estados como Goiás, por exemplo, o governo já liberou a abertura de salões de beleza e outros estabelecimentos comerciais.
*Nome foi trocado a pedido do entrevistado
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