Hipertensão atinge 60% dos idosos e mata 200 mil brasileiros por ano
A Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) faz um alerta no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, lembrado hoje, 26 de abril, e ressalta os cuidados essenciais, principalmente agora, por conta da pandemia do novo coronavírus.
"Durante a pandemia de coronavírus, os hipertensos merecem uma atenção especial. Eles devem tanto evitar o contágio pelo vírus, medida baseada principalmente no isolamento social, como manter os cuidados habituais para o controle da pressão arterial. E aqui me refiro ao uso regular de medicamentos, dieta equilibrada e prática de exercícios", ressalta Flávio Borelli, assessor Científico da Socesp.
O cardiologista orienta que uma alimentação balanceada, com baixo consumo de sal, também é crucial. A Socesp recomenda até 5 gramas de sal por dia, ou uma colher de chá.
"É o limite de consumo, sem esquecer que o sal está presente em boa parte dos alimentos processados, como massas e temperos industrializados, facilmente encontrados na mesa dos brasileiros, mas que deveriam ser evitados", alerta o cardiologista.
Além do sal, os fatores de risco para hipertensão arterial são a idade, excesso de peso e obesidade, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos e genéticos.
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para as doenças do coração. Segundo a entidade, 36 milhões de adultos brasileiros têm pressão alta.
Entre os idosos, a hipertensão atinge 60%. A doença é responsável, direta ou indiretamente, por metade das mortes por doenças cardiovasculares, cerca de 200 mil todos os anos, informa a Socesp.
A hipertensão não tratada está associada a eventos como morte súbita, acidente vascular cerebral (derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença renal crônica.
"Nos casos de covid-19, o hipertenso não controlado tem mais complicações e maior mortalidade, conforme relatos e estudos internacionais", explica o presidente da Socesp, o cardiologista João Fernando Monteiro Ferreira.
Nas últimas três décadas, houve uma diminuição da incidência da hipertensão no Brasil de 36,1% para 31% da população adulta, conforme uma meta-análise contemplando 40 estudos científicos nacionais e publicados na 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.
Para o presidente da Socesp, se houvesse uma adesão em massa, em que todos os brasileiros controlassem a sua pressão arterial, teríamos um salto significativo na redução de mortes por doenças cardiovasculares.
"Provavelmente atingiríamos a meta da Organização Mundial da Saúde em reduzir em 25% os óbitos até 2025", destaca Ferreira.
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