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Saúde

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Colapso no AM: especialistas apontam pressão da indústria e despreparo

De Viva Bem, em São Paulo

28/04/2020 13h35

Ricardo Nicolau, diretor do Hospital de Campanha de Manaus, deu algumas explicações no UOL Debate de hoje que tentam explicar o caos da saúde pública na cidade durante a crise do coronavírus.

"O Amazonas não conseguiu cumprir com nenhuma das fases da doença", disse Nicolau que divide o ciclo da doença em Manaus em três fases: isolamento, diagnósticos e hospitalização.

"A primeira era tentar escalonar para não inflar o sus, que seria o isolamento social. Nós não conseguimos fazer isso", lamentou. "Aí fomos pra segunda que seria o diagnóstico precoce. Também não estávamos preparados", seguiu.

"Então chegamos a terceira fase, da hospitalização. As UTI's já estavam lotadas e não foram criados novos leitos de forma rápida e eficiente", explicou Nicolau.

Para o médico sanitarista e professor da Faculdade de Medicina da USP, Gonzalo Vecina Neto, a forma como o polo industrial de Manaus lidou com o coronavírus também foi crítica.

"A estrutura sanitária do Amazonas é ruim e houve, com certeza, uma pressão do polo industrial por não instaurar a quarentena, coisa que aconteceu no norte da Itália também", garantiu o médico. "Parte desse desastre em Manaus é fruto disso, dos empresários e do poder público por aceitar essa condição", disse.

Nicolau discordou da avaliação do sanitarista. Para ele, o maior vetor da crise amazonense "foram os hospitais que não fizeram fluxo de forma correta".