Especialistas rebatem eficácia de testes rápidos: 'É melhor cara ou coroa'
O médico sanitarista e professor da Faculdade de Medicina da USP Gonzalo Vecina Neto colocou em dúvida hoje no UOL Debate a eficácia dos testes rápidos para detectar covid-19 na pandemia de coronavírus. De acordo com o sanitarista, "os testes rápidos [para covid-19] e jogar cara ou coroa são a mesma coisa. Melhor jogar cara ou coroa que é mais barato".
Ricardo Nicolau, diretor do Hospital de Campanha de Manaus, acrescenta que "os testes rápidos não têm eficácia [porque dá] muito falso negativo e só apresenta diagnóstico na fase aguda da doença".
Vecina Neto, que foi o primeiro presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), acredita que a melhor forma de diagnosticar a presença do coronavírus no organismo é fazendo o teste específico para covid-19 que se chama PCR.
Nicolau concorda em relação à ineficácia dos testes rápidos e defende que as tomografias do pulmão também podem ser usadas como método de diagnóstico. "Podemos usar como aliado de diagnóstico e avaliar a condição pulmonar para delimitar e orientar o tratamento", afirmou no UOL Debate de hoje.
O sanitarista discorda neste ponto. "O problema é que as síndromes respiratórias que ocorrem nesse momento aparecem da mesma forma na tomografia e não conseguimos diferenciar", ressalta.
Para Vecina, a solução para a crise do coronavírus passa por aumentar a testagem dos brasileiros, mas para isso será necessário haver mais centrais de processamento que possam avaliar os testes que já foram comprados pelos governos federal e estaduais.
"São Paulo teve um problema importante porque não conseguia fazer o processamento dos testes. No Adolfo Lutz, chegamos a ter uma fila de 16 mil pacientes", lembrou.
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