Trabalho prévio contra covid-19 ajudou HC a enfrentar colapso, diz diretora
O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo quer terminar o mês de maio com 300 leitos de UTI para o combate à covid-19. A medida é um das tomadas pela instituição para o combate ao novo coronavírus, segundo explicou Amanda Montal, diretora da Emergência do ICHC (Instituto Central do Hospital das Clínicas).
No programa UOL Debate de hoje, Montal explicou como a HC vem trabalhando desde janeiro para combater a doença. O programa se propôs a debate os esforços feitos contra o colapso no sistema de saúde provocado pelo coronavírus.
"Aqui no HC, a gente acionou em janeiro e começou a se preparar, aprender o que está acontecendo em outros locais, e começamos a separar os pacientes. No final de março, todos os leitos dos outros institutos (do HC) foram destinados só para questões respiratórias. Esse planejamento, as coisas foram feitas paulatinamente. A previsão de EPIs foi feita desde janeiro. Planejar e reforçar o isolamento são pontos importantes para evitar que o colapso aconteça, é o medo de todo mundo na rede pública", explicou Montal.
"Tem a questão de hierarquização do sistema de saúde, de colocar o paciente mais grave no hospital com mais recurso e o menor com menos, conseguimos que todos tenham acesso àquilo que precisa realmente. No HC, trabalhamos nesse formato há cinco ou seis anos, com regulação estadual. Trabalhando para que cada paciente tenha acesso àquilo que ele realmente precisa. Isso tem benefício porque tiramos sobrecarga dos primários e trazemos para cá, contanto que não sejamos porta de entrada de atenção primária e secundária."
Além de Amanda Montal, o UOL Debate de hoje contou com Gonzalo Vecina Neto, sanitarista e professor da USP; Ricardo Nicolau, diretor do Hospital de Campanha de Manaus; e Pedro Archer, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro. Segundo ela, a programação do Hospital das Clínicas está à frente para evitar um colapso, mas sem parar de correr para evitar uma situação de esgotamento de leitos.
"Em relação aos leitos, estamos conseguindo aumentar progressivamente. O leito de UTI, estamos sentindo mais falta agora — a programação era abrir 200 (número atual) e já foi aumentado. O HC fez uma plataforma para doação, que é usada em benefício para tentar montar novos leitos de UTI; temos feito parcerias com o setor privado para aumentar pelo menos mais 100 leitos e dar conta da demanda da rede pública", detalhou a diretora do Instituto Central.
"Estamos com 200 leitos abertos no HC e, à medida que fomos abrindo, foram sendo ocupados. Tentamos atender da melhor forma possível — temos quatro hospitais que dividem o atendimento terciário em São Paulo. Quem se estruturou de forma mais específica para o covid foi o HC", completou.
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