Luisa Mell: "A possibilidade de pegar covid-19 de novo me deixa apavorada"
Nesta segunda-feira, o UOL Debate reuniu Luisa Mell, ativista animal, Fernanda Paes Leme, atriz, e Leandro Lehart, cantor, todos famosos infectados pelo novo coronavírus e que já estão curados, para discutir suas experiências com a covid-19, emoções durante o período de isolamento social e possibilidades do que será o "novo normal". O bate-papo foi mediado por Jairo Bouer, médico e colunista de VivaBem.
Como Luisa Mell já havia contado ao VivaBem em abril, quando apareceram os primeiros sintomas —forte dor nas costas e diarreia— ela e o marido não pensaram que era coronavírus.
"Ainda bem que, por ver outras pessoas influentes, como a própria Fe Paes Leme, eu decidi cancelar um grande evento de adoção de animais que faria no Rio de Janeiro. Boa parte do meu público são mulheres idosas —imagina a tragédia que poderia ter sido?", relembrou.
A ativista acredita que ter compartilhado a situação grave de seu marido, que passou vários dias na UTI, em um momento que a doença ainda não fazia tantas vítimas no Brasil, ajudou alguns a entenderem o quão grave o vírus pode ser.
"Como figuras públicas, temos a responsabilidade de fazer essa diferença na vida das pessoas. Ainda mais quando outros defendem que algo tão sério é 'só uma gripezinha'. Estamos falando de milhares de vidas", afirmou.
Limitações físicas e desgaste emocional
Luisa conta que não teve febre ou tosse, mas a falta de ar foi o sintoma mais marcante. "Foi uma das piores sensações da minha vida, o momento que achei que fosse morrer", lembra.
Com o marido em estado mais grave que o dela, a ativista precisou enfrentar o isolamento social completamente sozinha. "Imagine que a pessoa que você ama está doente, internada e você não pode visitar. Também não poderia receber nenhuma visita para me consolar, nem ficar perto do meu filho. O desgaste emocional foi enorme, e com toda essa situação, ainda ver as pessoas minimizando a doença foi terrível."
Hoje, ela já está recuperada da covid-19, mas ainda traz sequelas —principalmente emocionais. "Ainda não posso dar conselhos, preciso recebê-los (risos). Sou muito sensível e tem dias que choro por causa de tudo o que está acontecendo. Pela parte física, ainda não consigo fazer exercícios como antes, mas a respiração está voltando", contou.
Luisa não sabe se está imune
Embora ainda sem confirmação, existe a teoria de que se aqueles que já foram infectados criarem anticorpos específicos, eles estariam protegidos contra a doença. "Fiz o teste de anticorpos e deu negativo. Repeti o exame 25 dias depois e o resultado foi o mesmo. A possibilidade de pegar covid-19 de novo me deixa apavorada", diz.
"Em eventos, eu costumava a abraçar e beijar até 2.000 pessoas em um dia. O medo era de no máximo, pegar piolho. Não vejo mais isso acontecendo", concluiu.
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