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Hidroxicloroquina: 2 novos estudos apontam falta de eficácia para covid-19

Foto: HeungSoon/Pixabay
Imagem: Foto: HeungSoon/Pixabay

Do VivaBem, em São Paulo

19/05/2020 10h06

Dois novos estudos realizados na França e na China indicam que a hidroxicloroquina não beneficiou significativamente pacientes com a covid-19.

Os testes laboratoriais do medicamento contra a covid-19 produziram resultados promissores, mas evidências crescentes de estudos clínicos e observacionais sugerem que ele não fornece nenhum benefício significativo para os pacientes.

Como os estudos foram feitos

Em uma das análises publicadas no periódico científico BMJ, pesquisadores na França avaliaram a eficácia e a segurança da hidroxicloroquina em comparação com o tratamento padrão em 181 adultos hospitalizados, com pneumonia e necessidade de terapia de oxigênio pelos efeitos causados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2),.

Desses pacientes, 84 receberam hidroxicloroquina dentro de 48 horas da admissão e 97 não. O tratamento com o medicamento não reduziu significativamente o número de pessoas que precisou ir para UTI, o número de morte em sete dias, ou o desenvolvimento da SRAG (Síndrome respiratória aguda grave) em 10 dias.

O segundo estudo, liderado por pesquisadores de Xangai, na China, incluiu 150 adultos hospitalizados com covid-19, a maioria deles com quadro leve ou moderado. Metade recebeu hidroxicloroquina além do tratamento padrão e os outros receberam apenas tratamento padrão.

Ambos os grupos tiveram taxas semelhantes de recuperação após 28 dias, mas aqueles que receberam hidroxicloroquina experimentaram mais eventos adversos. Houve pouca diferença na redução dos sintomas e no tempo para alívio dos sintomas entre os dois grupos de pacientes.

"Os resultados não apoiam o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com covid-19 leve a moderado", disseram os autores do estudo em um comunicado de imprensa.

Presidente dos EUA diz tomar hidroxicloroquina

Embora a FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos EUA advertir contra o uso do medicamento fora de ensaios clínicos ou em ambientes hospitalares devido ao risco de problemas cardíacos, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou estar tomando a medicação há algumas semanas (ele não está infectado com o coronavírus e faria o uso preventivo, que não é recomendado por especialistas).

Além da arritmia, efeito adverso comum, especialmente para quem já tem predisposição a quadros cardíacos, dependendo do tempo de uso e dose, o remédio pode causar perda auditiva, distúrbio de visão, alteração de componentes sanguíneos e irritação gastrointestinal.