Barra de alfarroba é alternativa saudável ao chocolate? Compare os itens
Resumo da notícia
- O chocolate ao leite é um alimento bastante apreciado, mas possui pouco cacau e é repleto de açúcar e gordura
- A versão zero açúcar não é tão saudável e pode sofrer adição de gorduras hidrogenadas
- As barrinhas de alfarrobas podem ser uma opção, pois o alimento possui uma cor semelhante ao chocolate, sabor adocicado e mais nutrientes
- O chocolate amargo, com mais de 70% de cacau, também proporciona alguns benefícios e menos riscos à saúde
- De qualquer forma, a recomendação é consumir com bastante moderação: 30 g por dia é o ideal
Chocolate é sempre um sucesso, mas consumido com grande culpa. Até por que o doce tradicional ao leite tem pouco cacau e leva outros ingredientes que o tornam mais calórico, podendo comprometer a saúde, se consumido em excesso.
Nisso, a alfarroba —e os chocolates feitos com ela — começou a ganhar destaque e surge como uma opção mais saudável na hora de substituir o cacau. Isso porque tem uma cor semelhante e sabor adocicado. O alimento é fruto da alfarrobeira, uma árvore do mediterrâneo e tem alto valor nutricional. O formato é semelhante à vagem do feijão. A polpa é extraída, torrada e moída para se obter um pó que pode ser usado no lugar do cacau em receitas ou em barrinhas.
Os especialistas consultados pelo VivaBem reforçaram que a alfarroba difere bastante na quantidade de açúcar, gorduras e nutrientes quando comparada ao chocolate. Será que é uma boa escolha mesmo? A seguir, listamos as propriedades nutricionais dos alimentos, qual a quantidade recomendada e os riscos do consumo em excesso.
Lista de ingredientes em cheque
O chocolate, apesar de agradar ao paladar, recebe diversos diversos ingredientes que não são considerados saudáveis para garantir seu sabor doce e textura que derrete na boca. "Essa é uma preparação com massa de cacau em proporção menor que 50% e adicionam ainda manteiga, leite e açúcar. Assim, tem maior teor de gordura e açúcar em proporção aos demais nutrientes. Vitaminas e minerais são encontrados em quantidades não significativas", afirma Cyntia Erthal Leinig, nutricionista, doutora em Ciências da Saúde e professora da PUC PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
Já o chocolate zero, muitas vezes considerado mais saudável, só apresenta a retirada do açúcar, o restante dos ingredientes não muda tanto. Vale reforçar que o zero açúcar possui calorias, carboidratos e gordura em quantidades similares ao chocolate ao leite.
E há um agravante, o aumento da gordura, que lhe garante a textura semelhante ao que leva açúcar. Dependendo do produto, pode sofrer adição de gorduras hidrogenadas, o que pode torná-lo ainda mais prejudicial à saúde se ingerido em excesso", afirma Lívia Bento, nutricionista da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição). Ou seja, se você não é diabético, não é indicado que consuma essa opção.
Já a alfarroba em si, tem uma composição nutricional muito boa: fibras, antioxidantes, poucas quantidades de gordura e açúcar, não tem cafeína ou glúten. Além disso, possui vitaminas B, A, cálcio, ferro, fósforo e magnésio.
No entanto, para fazer uma barrinha que imite chocolate é preciso misturá-la com outros ingredientes, o valor nutricional pode mudar. Por isso, é importante analisar a lista de ingredientes do produto que está sendo consumido. Mesmo assim, muitas barrinhas de alfarroba também costumam ter menos açúcar e, por isso, viraram uma alternativa menos calórica ao doce à base de cacau.
E ai, quem leva a melhor?
Se tiver que escolher entre o chocolate ao leite ou uma barrinha de alfarroba, opte pela segunda opção. Isso porque a alfarroba pode ser considerada mais saudável, tendo em vista sua menor concentração de gordura e por possuir açúcares naturais.
"A alfarroba possui uma variada gama de nutrientes e compostos fotoquímicos que fazem bem para a saúde. E pessoas com sensibilidade ao glúten, intolerantes à lactose ou que realizam dietas vegetarianas e veganas também podem consumir", afirma Bento.
Mas, de qualquer forma, é necessário ingerir com moderação já que as barras/tabletes de alfarroba não possuem redução significativa de calorias. O excesso de consumo também pode levar ao aumento de peso ou ampliar os riscos de doenças.
Temos uma notícia também aos chocólatras de plantão. O ideal é não consumir o chocolate diariamente, e quando o consumir, preferir fazê-lo sempre em pequenas quantidades —a porção recomendada é 30 g. Isso equivale de 150 a 160 kcal e cerca 5 g de gorduras saturadas.
E o chocolate amargo?
E vale lembrar que, para quem não quer abrir mão dessa guloseima também pode optar pelo chocolate amargo, ou seja, com mais de 70% de cacau. O sabor pode não agradar a todos, mas ele proporciona benefícios para a saúde, pois contém menos açúcar, mais cacau e maior teor de antioxidantes.
Ele também é uma ótima fonte de magnésio, cobre, ferro e manganês e apresenta menor concentração em potássio, zinco e selênio.
Alguns estudos mostram que o consumo moderado pode contribuir com a pressão arterial, diminuir o colesterol "ruim" do organismo e consequentemente proteger contra os problemas cardiovasculares.
Mas a quantidade ainda precisa ser de 30 g por dia. "Ele se destaca pela capacidade antioxidante, atividade cardioprotetora e anti-inflamatória, podendo beneficiar os indivíduos para a prevenção de doenças", explica Leinig.
Compare os nutrientes!
Apesar de não haver tabelas nutricionais oficiais de doces feitos de alfarroba, dá para perceber que ao compará-la com o cacau, ela apresenta algumas vantagens. Veja as tabelas nutricionais de 100 g de cada alimento:
Calorias
- Cacau: 398 kcal
- Alfarroba: 222 kcal
Proteínas
- Cacau: 6 g
- Alfarroba: 4,6 g
Fibras
- Cacau: 3,7 g
- Alfarroba: 39,8 g
Gorduras saturadas
- Cacau: 2,37 g
- Alfarroba: 0,09 g
Cafeína
- Cacau: 18 mg
- Alfarroba: 0 mg
Fontes: Cyntia Erthal Leinig, nutricionista, doutora em Ciências da Saúde e professora da PUC PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Juliana Zanetti, nutricionista da BP - Beneficência Portuguesa; Lívia Bento, nutricionista da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição); Priscila Moreira, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e conselheira do CRN-3 (Conselho Regional de Nutrição da 3ª Região - SP e MS).
Revisão técnica: Cyntia Erthal Leinig
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