Cloroquina aumenta risco de morte e não é eficaz contra covid, diz estudo
Um novo estudo publicado hoje na revista médica The Lancet afirma que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina sozinhos ou combinados com macrolídeos (grupo de antibióticos dentre os quais se destaca a azitromicina) não tem benefícios comprovados no tratamento de pacientes com covid-19.
A pesquisa com 96 mil pacientes diz ainda que o uso desses medicamentos pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.
Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou um protocolo no qual recomenda o uso de cloroquina para pacientes com sintomas leves de covid-19. O protocolo, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi o principal ponto de divergência que culminou com a saída de Nelson Teich do comando da pasta da Saúde.
O estudo é o primeiro a analisar o uso desses medicamentos em larga escala. Foram analisados dados de mais de 96 mil pacientes hospitalizados em 671 hospitais. Desse total, 14.888 pacientes receberam hidroxicloroquina ou cloroquina, com ou sem antibiótico, e 81.144 pacientes não passaram por nenhum dos tratamentos.
A pesquisa apontou que as pessoas tratadas com cloroquina ou hidroxicloroquina apresentavam maior risco de morte quando comparadas àquelas que não receberam o mesmo tratamento.
Os autores do estudo sugeriram que esses medicamentos não devem ser usados para tratar a covid-19 fora dos ensaios clínicos até que os resultados deles estejam disponíveis para confirmar a segurança e a eficácia para pacientes com a infecção.
A pesquisa é assinada pelos pesquisadores Mandeep R. Mehra (Brigham and Women's Hospital Heart and Vascular Center e Harvard Medical School, EUA), Sapan S. Desai (Surgisphere Corporation, EUA), Frank Ruschitzka (University Heart Center, Suíça) e Amit N. Patel (University of Utah e HCA Research Institute, EUA (Com Reuters)
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