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Estudo brasileiro apresenta bons resultados para tratar câncer de próstata

Médico brasileiro testou novas terapias hormonais para tratar o câncer de próstata avançado - Getty
Médico brasileiro testou novas terapias hormonais para tratar o câncer de próstata avançado Imagem: Getty

Do VivaBem, em São Paulo

31/05/2020 15h39Atualizada em 31/05/2020 23h07

Um estudo liderado por um médico brasileiro apresentou bons resultados no tratamento de câncer de próstata avançado ao usar um tratamento hormonal que não diminui a testosterona nos pacientes com a doença.

Liderado pelo oncologista Fernando Maluf, diretor médico associado do Centro Oncológico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e coordenada pelo Grupo Latino Americano de Pesquisa em Oncologia (Lacog), o estudo foi apresentado na 56ª edição do Asco Annual Meeting.

Atualmente, os pacientes que sofrem com o câncer de próstata avançado têm poucas opções de tratamento. O mais convencional provoca diminuição da testosterona — o que acaba, por consequência, aumentando as chances de impotência, perda da libido e ainda redução de massa óssea e muscular, entre outras complicações.

Os pesquisadores testaram, então, uma opção de terapia hormonal com medicamentos que não reduzem a testosterona. "Usamos inibidores de sinalização de andrógenos (apalutamida e abiraterona) que podem fornecer alta eficácia, com um perfil de segurança favorável e efeitos colaterais menores", explica o médico.

Essa combinação provocou respostas importantes de PSA, substância produzida pela glândula prostática, e evita a progressão radiológica do paciente. No entanto, apenas o uso da apalutamina causou um aumento da testosterona ao invés da queda, tornando-se um resultado com prospecto.

"Esse estudo mostra que novas terapias podem substituir a castração", afirma o médico brasileiro. O próximo passo, segundo ele, é realizar uma pesquisa com um número maior de pacientes para confirmar esses dados. "Caso se confirme, pela primeira vez a castração poderá ser substituída por medicamentos hormonais que não diminuem o nível de testosterona, revelando um grande avanço na área oncológica", finaliza o especialista.