Mais de 80% dos médicos acham que pior ainda pode ocorrer, mostra pesquisa
Uma pesquisa feita pela Associação Paulista de Medicina mostrou que mais de 80% dos médicos acreditam que o pior ainda estar por vir. Realizada com mais de 2808 pessoas, o estudo foi feito com profissionais de todo o país.
Na amostra, questões relacionadas ao isolamento social e condições de trabalho dos médicos foram levadas em consideração. Para 75,3%, praticar o isolamento é bom e importante.
Já 96,6% admitem que pode faltar funcionários para cuidar de infectados durante a pandemia. Os números foram bem expressivos e 46% dos entrevistados disseram que em vários locais já não há profissionais da saúde nos postos em que trabalham.
Os médicos disseram ainda que temem a integridade dos profissionais na área: 58,5% já presenciaram ou souberam de casos de violência contra médicos e outros profissionais de saúde por causa da pandemia. O mais grave, segundo a pesquisa, é que 17% desses episódios são de agressão física.
Além dessas queixas, a falta de EPIs e uma boa estrutura para o trabalho também foram questionados pelos trabalhadores. Segundo os entrevistados, 33% disseram que faltam máscaras N95, PFF2 ou equivalente (N99, N100 ou PFF3) nos hospitais em que atendem. Há carência de leitos para pacientes que precisam de internação em UTI (18%) e de leitos para os pacientes que precisam de internação em unidades regulares (12,2%).
E a preocupação com a saúde vai além da física e atinge o mental. Segundo a pesquisa, os médicos que atuam na linha de frente se dizem apreensivos, pessimistas, deprimidos, insatisfeitos e revoltados diante dessa situação.
E não é só a saúde dos colegas de profissão que assustam os médicos. De acordo com a pesquisa, os profissionais também temem pelos pacientes. Segundo eles, houve um aumento expressivo de brasileiros que morreram. Na pesquisa, cerca de 7,3% dos profissionais já viram morrer entre seis até mais de 20 pessoas.
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