Hidroxicloroquina não funciona preventivamente, conclui estudo clínico
O uso da hidroxicloroquina para prevenção da covid-19 tem sido defendido por membros do governo como Carlos Wizard, novo secretário do Ministério da Saúde. Apesar da aposta na droga, que é usada para tratamento de doenças como lúpus e artrite reumatoide, de forma preventiva, ela parece não funcionar bem.
A conclusão é de um estudo recente publicado na última quarta-feira (3), no periódico científico New England Journal of Medicine.
Ao contrário de algumas pesquisas anteriores, a publicação é um estudo clínico prospectivo e randomizado, o que significa que segue padrões considerados essenciais para a confiança da comunidade científica.
De acordo com publicação da Unicamp, nos estudos prospectivos os indivíduos são seguidos da "causa" para o "efeito", ou seja, para frente acompanhando o processo a ser pesquisado neles. É mais fácil obter um grupo controle, porém é mais caro e mais trabalhoso do que um estudo retrospectivo. Já o termo randomizado significa que os participantes receberam o medicamento ou o placebo sem saber qual estavam ingerindo.
O que diz o estudo?
Para o estudo, os pesquisadores designaram aleatoriamente mais de 800 pessoas nos Estados Unidos e no Canadá para tomar hidroxicloroquina ou um remédio placebo por cinco dias. Todos os participantes foram expostos a pessoas com covid-19.
Cerca de 12% daqueles que tomaram hidroxicloroquina desenvolveram covid-19 contra 14% daqueles que tomaram o placebo, mostraram os resultados.
Com isso, a análise aponta que a hidroxicloroquina não é significativamente mais efetiva para prevenir o covid-19 do que, por exemplo, uma pílula de açúcar.
Além disso, 40% dos pacientes que tomaram a droga desenvolveram efeitos colaterais leves como náusea, dor de estômago ou diarreia. Nenhum efeito adverso grave ou problema cardíaco ocorreu no estudo, indicam os pesquisadores.
"Nosso objetivo era responder a questão de saber se a hidroxicloroquina funcionava para prevenir doenças ou não. Embora estejamos desapontados por não ter impedido a covid-19, estamos satisfeitos por termos conseguido fornecer uma resposta conclusiva", disse David Boulware, principal responsável pela pesquisa e médico de doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
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