Probióticos não são tão eficientes para sua saúde intestinal, mostra estudo
Eles já viraram os queridinhos de muita gente quando o assunto é saúde intestinal. E seja no iogurte ou nos suplementos alimentares, os probióticos estão em destaque.
No entanto, uma revisão de estudos recente, feita por pesquisadores associados à AGA (American Gastroenterological Association) mostrou que esses microorganismos vivos não são tão bons para o intestino, inclusive para pessoas com doenças digestivas como Crohn, entre outras. Essa revisão serviu de apoio para a criação de uma nova diretriz da AGA para o uso desses produtos.
Os cientistas da Universidade de Washington (EUA) foram responsáveis pelo trabalho científico e ressaltaram que a comercialização tem acontecido nos Estados Unidos de forma pouco discriminada e que o produto muitas vezes é vendido mesmo sem evidências. "Para maioria das doenças digestivas que nós estudamos atualmente não existem evidências que recomendam o uso de probióticos", disse Geoffrey Preidis, gastroentelogista e porta-voz da AGA.
No relatório, é mostrado que cerca de 3,9 milhões de americanos usaram algum tipo de probiótico ou prebiótico em 2015, quatro vezes mais que em 2007. De acordo com a amostra, a venda do produto está em ascensão, com vendas que excedem seis bilhões de dólares.
Ainda de acordo com a revisão, preparações probióticas não são preparadas com a intenção de curar, tratar ou prevenir doenças. E o pior: os probióticos podem causar danos ao organismo, principalmente em pessoas que têm o sistema imunológico comprometido. "Entre um dos efeitos colaterais mais graves está a infecção. Como micróbios vivos, os probióticos podem deixar o intestino e entrar na corrente sanguínea, causando sepse", afirmou a cientista.
Mas tem algum benefício?
A revisão de estudos também mostrou que, embora os probióticos possam causar problemas no intestino de algumas pessoas, eles podem ajudar em determinadas circunstâncias. No caso de recém-nascidos, eles podem ser benéficos e reduzir o número de dias em que os bebês precisam se alimentar e, por causa disso, facilita a saída deles mais cedo do hospital.
Alguns ainda podem funcionar na prevenção de infecções como clostridium difficile em adultos e crianças. A revisão de estudos mostrou ainda que os probióticos poderiam ajudar no tratamento da colite ulcerosa que foi tratada cirurgicamente. O ideal, portanto, é se consultar com um gastroenterologista antes de começar a usar probióticos.
Porém, o trabalho não constatou evidências suficientes sobre o uso de probióticos no tratamento de doenças como Crohn, colite ulcerativa e síndrome do intestino irritável. Os pesquisadores sugeriram ainda que pacientes que tenham alguma dessas condições parem de usar a substância.
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