Topo

Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Cortella: "Quem tem a tarefa de cuidar está descuidando, isso gera agonia"

Reprodução
Imagem: Reprodução

Do VivaBem, em São Paulo

10/06/2020 16h40

O professor Mario Sergio Cortella disse que é agoniante ver as desorientações por parte de quem tem responsabilidade pelo Brasil, durante o UOL Debate desta quarta-feira (10).

Cortella se reuniu com o psicólogo Lucas Veiga e a filósofa Viviane Mosé para discutir a ansiedade gerada pela flexibilização do isolamento social. Na conversa, mediada por Jairo Bouer, médico e colunista de VivaBem, o professor disse que não se sente ansioso, mas que tem agonia ao perceber que quem tem a tarefa de cuidar está descuidando. "Esse tipo de situação é muito perturbador".

Segundo ele, o desconhecimento natural sobre as questões do vírus já é angustiante, mas é pior ainda saber que algumas pessoas que deveriam ajudar a cuidar da população também desconhecem. "É horrível saber que quem tem responsabilidade de cuidar não só desconhece como faz o inverso do que deveria ser feito numa situação como essa. Nos deixa perplexos e sufocados", disse.

Ansiedade provocada pelo Brasil

Outro sentimento apontado por Cortella é a tristeza ao notar que há várias pessoas vitimadas pela pandemia em função de condições anteriores ao vírus. "Em função inclusive do desprotegimento a que são colocadas dentro da nossa forma de vida coletiva", disse.

A filósofa Viviane Mosé também comentou como passar por uma pandemia na situação em que o Brasil está é mais difícil. "A desigualdade é uma ferida horrorosa na nossa sociedade. É você ter em uma ponta alguém que ganha 20 milhões e do lado de cá pessoas na miséria absoluta", diz.

De acordo com ela, a situação da pandemia já é grave e piora "com um presidente que não tem condição de levar adiante um ministro, um projeto de sociedade". Mosé continua: "Não tem um modelo, um projeto de saída dessa situação. Estamos navegando no caos."

A filósofa ainda diz esperar que a gravidade da situação no país, que não diz respeito ao PIB (Produto Interno Bruto), e sim à morte e à vida, garanta "clareza em quem a gente vote daqui para frente".