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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


"Fato é que o presidente não quer o isolamento social", opina filósofa

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Imagem: Reprodução

Do VivaBem, em São Paulo

10/06/2020 14h43

Nesta quarta-feira (10), o UOL Debate reuniu o psicológo Lucas Veiga, o professor Mario Sergio Cortella e a filósofa Viviane Moré, para discutir a questão da ansiedade com a flexibilização do isolamento social.

Aos participantes, o mediador Jairo Bouer, médico e colunista de VivaBem, questionou se acreditavam que o Brasil teria sido capaz de controlar melhor a pandemia com uma medida de lockdown rígida logo no começo, como países como Argentina e Nova Zelândia, que apresentaram bons resultados.

Para Moré, o lockdown não funcionaria em todo o Brasil, por ser um país com muitas diferenças e apresentar lugares com muitos mais pacientes afetados pela covid-19 do que outros.

"Precisaríamos de um planejamento estruturado em cada lugar. Mas o que é angustiante é ter um projeto feito por um primeiro ministro, que era o Mandeta, para achatar a curva, com boa execução, ser desfeito e entrou um outro ministro com modelo diferente. O pior na gestão pública é a descontinuidade. O fato é que temos um presidente que não quer o isolamento social", opina.

O psicólogo Lucas Veiga, mestre em psicologia pela UFF (Universidade Federal Fluminense), contou que ouviu de algumas pessoas que não gostariam de ficar um mês inteiro no modelo de confinamento total em casa.

"Parece que preferem passar seis meses em um isolamento 'capenga' do que na radicalidade. Acho que isso é um jeito muito brasileiro — tentar criar estratégias para não enfrentar o problema. Mas não se contorna a morte. Acredito que se o isolamento tivesse sido mantido, não estaríamos vivendo o que estamos agora", complementa.

Mario Sergio Cortella acredita que o lockdown como bloqueio momentâneo teria cumprido a missão de diminuir a disseminação do vírus. "Por mais tempo, ele apenas adiaria a chegada das contaminações. Mas a técnica preservaria estruturas de cuidados e atenção. Por isso eu não entendo que seria uma medida nacional, ao mesmo tempo em todos os lugares, como a Viviane apontou", afirma.