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Equilíbrio

Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


"Saúde mental de crianças é mais importante do que quando vai voltar aulas"

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Imagem: Reprodução

Do VivaBem, em São Paulo

10/06/2020 16h39

Nesta quarta-feira (10), o UOL Debate reuniu o psicólogo Lucas Veiga, o professor e filósofo Mario Sergio Cortella e a filósofa Viviane Moré, para conversar sobre ansiedade e flexibilização do isolamento social.

Durante a conversa, o mediador Jairo Bouer, médico e colunista de VivaBem, e os convidados discutiram como as pessoas estão encarando a quarentena. Para Veiga, os adultos e idosos estão lidando melhor com a situação do que as crianças e adolescentes.

E ao ser questionado quando as crianças devem voltar às aulas e se vai ser possível voltar com segurança, o psicólogo foi bem enfático em dizer que é necessário se preocupar com a saúde mental dos alunos, em vez de procurar uma data para o retorno escolar. "As escolas vão precisar tomar para si isso e estar atentas a dificuldade de aprendizagem, irritabilidades, todos efeitos da pandemia", disse.

O profissional ressaltou ainda que será necessário ter um olhar maior, além do afeto para que essas crianças não se tornem adultos medicalizados.

O professor Cortella ressaltou ainda que uma das preocupações das escolas não vai ser sobre a temática escolar, e sim, sobre como os alunos chegarão com seus lutos e várias formas de perda. Segundo ele, os professores terão muitas preocupações além do aprendizado.

A filósofa Viviane Moré diz que será quase impossível a volta de uma vez por todas. "Acho que terá que ser feita de forma gradual e distribuir os conteúdos metade na escola metade em casa. Não vai ser fácil voltar", disse.

Os relacionamentos afetivos vão mudar nesse "novo normal"?

Com certeza depois da pandemia, as relações vão mudar. Segundo os entrevistados, vai ser a hora de repensar alguns hábitos. "O mundo lá fora nunca mais será o mesmo e o mais provável é que teremos períodos de convivência reduzidos", ressalta Moré.

Para Veiga, o pós pandemia será de sentimentos coletivos e o "novo normal" será de muitas mudanças. "Que podemos criar novos futuros, pensando sempre na coletividade. Que possamos ter um futuro menos perverso", disse.

Já Mario Sergio Cortella ressaltou ter um pouco de medo em relação ao termo "novo", já que eles sempre vieram atrelado a movimentos fascistas no passado. Ele afirma ainda que não sabe como como será esse novo normal ou novo futuro, mas que deseja estar lá.