Entenda os riscos da covid-19 para pacientes oncológicos, como Bruno Covas
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), testou positivo para o novo coronavírus. Segundo a Prefeitura, o resultado apareceu em teste preventivo de rotina.
Em vídeo nas redes sociais, Covas contou que passa bem e não apresenta sintomas da covid-19. Ele afirma ter sido orientado por seu médico, Dr David Uip, a trabalhar de casa e ficar em observação pelos próximos dias.
Riscos são maiores para quem tem câncer
Por estarem naturalmente com a saúde fragilizada pelo câncer, pacientes oncológicos são considerados grupo de risco para a doença.
"Eles costumam ter uma queda na imunidade após uma cirurgia ou, ainda, por conta de tratamentos, como quimioterapia, cortisona, transfusões de sangue e radioterapia. Por isso, ficam mais vulneráveis no caso de uma infecção pelo coronavírus e podem ter uma evolução mais agressiva", explica a Dra. Clarissa Mathias, presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).
Isso não quer dizer, no entanto, que o paciente necessariamente desenvolverá um caso grave ou terá pior prognóstico. Características individuais como o estágio e tipo do câncer, além de estado de saúde atual do indivíduo, influenciam em como seu organismo lidará com a doença.
Tratamento contra o vírus é o mesmo
O tratamento contra o novo coronavírus em pacientes oncológicos é o de suporte, o mesmo que é recomendado para todos os infectados pelo vírus. Se os sintomas forem leves ou inexistentes, como o caso do prefeito de São Paulo, pode-se permanecer em casa, mas, se forem graves, deve-se procurar por um atendimento médico no hospital.
"Nessas situações, as regras de precaução precisam ser seguidas à risca, como o uso de máscara, higienização das mãos, tratamento feito em um ambiente hospitalar seguro, em um local livre do coronavírus e com estrutura favorecida", alerta o oncologista.
Tratamentos contra o câncer devem continuar normalmente?
De acordo com o oncologista Orez Smaletz, do Hospital Israelita Albert Einstein, cada paciente deve avaliar com seu médico a melhor conduta. O indivíduo não deve, em nenhuma hipótese, parar seu tratamento por conta própria, seja quimioterapia, radioterapia ou uma cirurgia.
"As terapias contra o câncer não devem ser interrompidas sem haver uma consulta prévia ao médico. É o especialista que vai avaliar a melhor decisão a ser tomada para manter o bem-estar e resguardar a saúde dos pacientes", complementa.
Em algumas situações, consultas e exames poderão ser adiados e remarcados.
O que o paciente com câncer deve fazer para se proteger do novo coronavírus?
Os cuidados apontados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) são similares às recomendações para pessoas sem comorbidades:
- Ficar em casa quando não for dia de tratamento;
- Só sair se for realmente necessário, evitar lugares com muita gente e tentar manter distância de, pelo menos, um metro de outras pessoas;
- Lavar as mãos com frequência e com atenção por pelo menos vinte segundos;
- Tentar não levar as mãos ao rosto (principalmente olhos, nariz e boca);
- Cobrir nariz e boca com lenço (ou papel) ao tossir ou espirrar (e jogá-lo fora logo depois, presencialmente dentro de um saco). Se não for possível, deve usar o antebraço como barreira, e não as mãos, para evitar tocar em locais que possam contaminar outras pessoas;
- Cumprimentar a distância, evitando aperto de mão, abraços e beijos, mesmo de familiares;
- Evitar contato com pessoas que tenham sintomas de gripe;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas, talheres, pratos e garrafas;
- Higienizar objetos e superfícies tocados com frequência, incluindo celulares, chaves, maçanetas etc.;
- Caso tenha que sair de casa, você deve usar máscara de proteção, mesmo que seja artesanal.
*Com informações da reportagem de Thiago Varella
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